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Consumo de Alimentos Ultraprocessados e Câncer: Existe relação?

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2 min

15 de mar. de 2024

O estudo conduzido por Thibault Fiolet e colegas avalia a relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de câncer, utilizando dados da coorte prospectiva francesa NutriNet-Santé. Participaram do estudo 104.890 indivíduos maiores de 18 anos, os quais foram acompanhados durante os anos de 2009 a 2017. A metodologia abrangeu uma análise detalhada da ingestão dietética dos participantes, categorizando os itens alimentares pelo seu grau de processamento de acordo com a classificação NOVA. O design robusto do estudo, incluindo registros dietéticos repetidos de 24 horas, permitiu uma avaliação precisa dos padrões de consumo usuais dos participantes. Esta investigação foi crucial, dado o crescimento no consumo de alimentos ultraprocessados. Segundo pesquisas realizadas no Brasil, Estados Unidos, Europa, Canadá e Nova Zelândia, os ultraprocessados correspondem de 25 a 50% das calorias consumidas diariamente. Este crescimento também acompanha o aumento das taxas de câncer. No Brasil, são esperados 704 mil novos casos de câncer para o ano de 2024. Essas estimativas vêm crescendo ano após ano.  Os resultados da pesquisa conduzida por Fiolet revelaram uma associação significativa entre a ingestão de alimentos ultraprocessados e o aumento no risco de câncer geral e de mama. Especificamente, um aumento de 10% na proporção de alimentos ultraprocessados na dieta de alguém correlacionou-se com um aumento de mais de 10% nos riscos desses cânceres . Notavelmente, essas associações persistiram mesmo após ajustes para vários marcadores de qualidade dietética, sugerindo uma ligação direta entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de câncer. A discussão aprofunda-se nos potenciais mecanismos por trás desses achados, como a composição nutricional dos alimentos ultraprocessados, a presença de aditivos alimentares e o papel dos materiais de embalagem.  Além dos ultraprocessados apresentarem alto teor de açúcares refinados, sódio e gordura, com predomínio de saturada e/ou trans, eles também podem conter compostos potencialmente cancerígenos, como: acrilamidas, aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Aumentando ainda mais o agravo à saúde, estes alimentos estão acondicionados em embalagens que possuem componentes prejudiciais ao organismo, como o bisfenol A.  Portanto, trata-se não só do baixo valor nutricional destes alimentos, pela ausência de fibras e vitaminas e minerais naturalmente presentes na composição, mas também dos aditivos contidos na composição, incluindo as substâncias possivelmente tóxicas que são transferidas pelas embalagens. Prática Clínica Profissionais de saúde desempenham um papel crucial ao aconselhar os pacientes sobre os riscos potenciais relacionados ao consumo excessivo de alimentos ultraprocessados. É essencial educar sobre os impactos negativos desses produtos na saúde, incluindo a contribuição para doenças crônicas como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Ao mesmo tempo, é fundamental promover uma dieta equilibrada e saudável, destacando a importância de alimentos minimamente processados, como frutas, vegetais e grãos integrais. Incentivar a leitura cuidadosa dos rótulos dos alimentos é uma prática essencial para ajudar os pacientes a fazerem escolhas informadas e a identificar ingredientes prejudiciais, auxiliando assim na adoção de hábitos alimentares mais saudáveis e na prevenção de doenças relacionadas à dieta. Continue Estudando... Sugestão de leitura: Os Micronutrientes Reduzem o Câncer? Sugestão de leitura:   Uso dos Fitoterápicos no Combate ao Câncer Sugestão de leitura:   Exercício físico é remédio para o câncer? Referências Bibliográficas Fiolet, T., Srour, B., Sellem, L., Kesse-Guyot, E., Allès, B., Méjean, C., ... & Touvier, M. (2018). Consumo de alimentos ultraprocessados e risco de câncer: resultados da coorte prospectiva NutriNet-Santé. BMJ, 360, k322.  http://dx.doi.org/10.1136/bmj.k322

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