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Ômega 3: quais os novos achados científicos?

Brunno Falcão

3 min

12 de jan. de 2024

Nos últimos anos, o ômega 3 ganhou grande popularidade. Trata-se de um tipo de ácido graxo de cadeia poliinsaturada (PUFA), o que implica conter ligações duplas em sua estrutura. Assim, as formas predominantes de ômega 3 incluem o ácido alfa-linolênico (ALA), eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA). É importante notar que nosso corpo possui vias metabólicas capazes de converter ALA em EPA e DHA, embora essa conversão para DHA seja menos eficiente. Portanto, as concentrações plasmáticas de EPA e DHA estão diretamente relacionadas à ingestão de alimentos fonte, sendo o óleo de peixe o destaque nesse aspecto. A seguir, apresentaremos achados científicos sobre o ômega-3.  Tabela de conteúdos Estudos acerca do uso de ômega 3 Síntese Proteica e ômega 3 Prática Clínica Referências Estudos acerca do uso de ômega 3 O ômega 3, um ácido graxo essencial, atua em diversos aspectos da nossa saúde. Ele está presente desde a memória e cognição até a saúde da pele e sensibilidade à insulina; suas propriedades benéficas são vastas. Além disso, ele exerce um papel importante na modulação da inflamação, um fator crítico para a saúde global. Um estudo realizado no Canadá, envolvendo 49 participantes com idades entre 55 e 80 anos, que ainda mantinham o hábito de fumar ou o haviam tido no passado, proporcionou evidências concretas sobre os benefícios do ômega 3. Durante seis meses, os participantes foram submetidos a uma suplementação consistente de 2,4 gramas de ácido eicosapentaenóico (EPA) e 1,2 grama de ácido docosahexaenóico (DHA) por dia. Os resultados foram notáveis, e os indivíduos que receberam o ômega 3 experimentaram uma queda significativa nos níveis plasmáticos de PCR (proteína C reativa) e prostaglandinas E2, indicando uma notável redução no processo inflamatório. Além disso, constatou-se que o aumento de DHA na membrana das hemácias estava diretamente correlacionado à redução das prostaglandinas E2, ressaltando a influência direta do ácido graxo no processo anti-inflamatório. Destaca-se também que, ao longo do estudo, observou-se uma drástica redução na relação neutrófilos/linfócitos após 3 meses e 6 meses de suplementação com ômega 3. Esse achado reforça a eficácia das doses mais elevadas deste ácido graxo essencial como uma intervenção eficaz no controle da inflamação, consolidando ainda mais sua importância na promoção da saúde e bem-estar. Síntese Proteica e ômega 3 Sob uma perspectiva bioquímica, observa-se que o EPA e o DHA têm a capacidade de aprimorar a fluidez das membranas das células musculares, resultando em um aumento na absorção de aminoácidos. Isso, por sua vez, contribui para o aumento da síntese de proteínas musculares (SPM). No entanto, é importante notar que, apesar de existirem estudos que corroboram essa relação, há também pesquisas que apontam o contrário. No caso de adultos e idosos, os estudos que associam a suplementação de ômega 3 a um aumento na síntese de proteínas musculares apresentam limitações significativas. Prática Clínica Ao escolher um suplemento de Ômega 3 de alta qualidade, é essencial considerar a pureza do produto, levando em consideração alguns critérios importantes. A concentração de EPA e DHA é um indicativo crucial da pureza do composto; quanto maior essa concentração, melhor a qualidade do suplemento. Além disso, a ausência de metais pesados é um ponto fundamental a ser verificado para garantir a segurança do suplemento. Essas informações geralmente estão disponíveis nos laudos fornecidos pelo fabricante e devem ser consultadas com atenção. Um programa reconhecido internacionalmente pela sua excelência é o The International Fish Oil StandardsTM (IFOS), que estabelece os mais altos padrões de pureza, frescor do óleo e concentração de EPA e DHA no Ômega 3. Verificar se um suplemento possui a certificação IFOS é uma garantia adicional de qualidade e confiabilidade, contribuindo para a escolha de um produto que atenda aos mais elevados padrões internacionais. Referências ELISIA, Ingrid; YEUNG, Michelle; KOWALSKI, Sara; WONG, Jennifer; RAFIEI, Hossein; DYER, Roger A.; ATKAR-KHATTRA, Sukhinder; LAM, Stephen; KRYSTAL, Gerald. Omega 3 supplementation reduces C-reactive protein, prostaglandin E2 and the granulocyte/lymphocyte ratio in heavy smokers: an open-label randomized crossover trial. Frontiers In Nutrition, [S.L.], v. 9, p. 1, 1 dez. 2022. Frontiers Media SA.

Sugestão de estudo: What is the importance of the proportion of omega 6 and omega 3 fatty acids? Classifique esse post #DHA #EPA #omega3 #sinteseproteica