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O seu paciente fala que fazer dieta “é caro”? Será mesmo?

Brunno Falcão

3 min

7 de nov. de 2023

Será que comer saudável custa caro? Nos dias atuais, a busca por uma vida saudável tornou-se um objetivo prioritário para muitas pessoas, impulsionando a adotarem hábitos alimentares mais conscientes e nutritivos. No entanto, uma questão que frequentemente surge é a ideia de que comer de forma saudável está associado a um alto custo financeiro. Mas será que a afirmação de que “comer saudável custa caro” é realmente verdadeira? Veja a seguir! Table of Contents Toggle Análise da Dieta Brasileira Montando um dieta que cabe no bolso de todos  Alimentação Saudável: Acessível e Variada para Todos! Prática Clínica Referências Bibliográficas Análise da Dieta Brasileira Um estudo investigou a evolução dos custos relacionados a uma alimentação saudável e culturalmente aceitável ao longo dos períodos de 2008-2009 e 2017-2018, considerando as flutuações nas preferências alimentares e nos preços dos alimentos. Os resultados apontam para uma redução de 6,8% e 5,3% nos custos associados à inclusão de frutas e hortaliças na dieta durante os dois períodos analisados. No entanto, a introdução de restrições voltadas à prevenção de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) gerou um aumento mais expressivo de 7,5% nos custos durante o período de 2017-2018. Essa disparidade é atribuída às variações desiguais nos preços dos diferentes grupos de alimentos, notadamente o declínio de preços nos alimentos ultraprocessados em comparação com os alimentos in natura e minimamente processados, desde o início dos anos 2000.  Além disso, o impacto no custo da alimentação saudável variou consideravelmente de acordo com a renda, sendo que, para famílias de menor renda, a busca por uma dieta mais saudável pode resultar em um aumento substancial nos gastos com alimentos, chegando a ultrapassar 30%. Montando um dieta que cabe no bolso de todos  Montar uma dieta saudável e econômica requer planejamento, criatividade e conhecimento sobre alimentos nutritivos e acessíveis. Alguns pontos são fundamentais na hora de ajudar a planejar os alimentos do seu paciente: Planejamento é fundamental Opte por alimentos integrais Carnes mais baratas Frutas e vegetais da estação Lanches em casa não industrializados Alimentação Saudável: Acessível e Variada para Todos! A ideia equivocada de que uma alimentação saudável requer o consumo de alimentos caros, suplementos e importados é infundada. A mídia muitas vezes promove frutas e verduras específicas para perda de peso, mas a chave é a diversidade. A variedade de alimentos não precisa ser dispendiosa, especialmente quando adquirida em época de safra ou de fontes com menos intermediários, como sacolões, feiras e pequenos agricultores urbanos. Para tornar o consumo desses alimentos mais acessível, é possível consultar calendários de alimentos sazonais em sites como o da Central de Abastecimento (Ceasa) da sua região. No caso de São Paulo, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP) oferece informações sobre os períodos de maior produção de alimentos in natura, permitindo compras mais adequadas à sazonalidade. Prática Clínica A chave para uma dieta econômica é o equilíbrio. Por exemplo, montar uma dieta saudável e com alimentos mais caros pode ser um desafio, mas é possível investir em ingredientes de alta qualidade para maximizar os benefícios nutricionais. Aqui está um exemplo de uma dieta saudável e mais cara: prato de salada, peito de frango grelhado e uma fonte de carboidrato. Conversar com seu paciente sobre o quanto ele pode e quanto está disposto a investir na alimentação é fundamental para a adesão da dieta. Uma forma interessante também é montar o cardápio com seu paciente durante a consulta.  Referências Bibliográficas Sugestão de leitura:  Dieta Verly-Jr E, Oliveira DCRS, Sichieri R. Custo de uma alimentação saudável e culturalmente aceitável no Brasil em 2009 e 2018 . Rev Saude Publica. 2021;55 Supl 1:7s. Classifique esse post #alimentaçãosaudável #dieta