Tratamentos Minimamente Invasivos para Fibroides Uterinos
Brunno Falcão
3 min
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10 de jun. de 2024
Os fibroides uterinos, também chamados de miomas, são tumores benignos comuns do útero, causados pelo crescimento anormal de tecido muscular liso, influenciado por hormônios sexuais como o estrogênio. Eles afetam principalmente mulheres no final do período reprodutivo. Embora não sejam cancerígenos, podem causar sintomas graves, como dor, sangramento menstrual intenso e problemas de fertilidade , impactando negativamente a qualidade de vida. Nesse contexto, o tratamento dos miomas varia conforme os sintomas e os objetivos reprodutivos. Opções médicas, como análogos hormonais , podem reduzir o tamanho dos miomas, mas apresentam efeitos colaterais significativos. Por outro lado, os procedimentos cirúrgicos , como a histerectomia, são comuns para casos graves, mas envolvem riscos. A embolização da artéria uterina (EAU) é uma alternativa minimamente invasiva que reduz os sintomas ao bloquear o fluxo sanguíneo para os miomas, preservando o útero, mas também pode ter complicações, como a síndrome pós-embolização e insuficiência ovariana prematura. O que é Embolização da Artéria Uterina? A EAU é um procedimento médico minimamente invasivo utilizado no tratamento de condições ginecológicas, como miomas uterinos e sangramento uterino anormal. Durante esse procedimento, um radiologista intervencionista insere um cateter na artéria femoral e o guia até as artérias uterinas. Em seguida, são injetadas pequenas partículas embólicas nas artérias uterinas, o que leva à interrupção do fluxo sanguíneo para os miomas ou para o útero, dependendo da condição tratada. O objetivo da embolização da artéria uterina é reduzir o tamanho dos miomas uterinos ou controlar o sangramento uterino anormal , preservando ao máximo a fertilidade e evitando a necessidade de cirurgia invasiva, como a histerectomia. As partículas embólicas bloqueiam o suprimento sanguíneo para os miomas, fazendo com que encolham ao longo do tempo. No caso do sangramento uterino anormal, a redução do fluxo sanguíneo pode ajudar a controlar os sintomas. EAU vs . Fibroides Uterinos O procedimento de embolização da artéria uterina geralmente é realizado sob anestesia local ou sedação leve e é considerado seguro e eficaz na maioria dos casos. Após a embolização, pode ocorrer um período de dor abdominal, cólicas e sangramento vaginal por alguns dias , mas esses sintomas geralmente diminuem com o tempo. É importante que as pacientes sigam as orientações médicas pós-procedimento para garantir uma recuperação adequada. Embora a embolização da artéria uterina seja uma opção promissora para o tratamento de certas condições ginecológicas, nem todas as pacientes são candidatas ideais para o procedimento. É essencial que as mulheres discutam suas opções de tratamento com um médico especializado, levando em consideração sua condição específica, histórico médico e objetivos de saúde a longo prazo. Síndrome Pós-Embolização Uterina A síndrome pós-embolização (PES), que ocorre após EAU, é um fenômeno iatrogênico cuja etiologia permanece parcialmente compreendida. Sua origem é postulada como resultado da liberação de produtos de degradação e mediadores inflamatórios após a necrose do tecido dos fibroides, induzida pela embolização. Os sintomas incluem febre oscilante, dor pélvica ou abdominal, e alterações nos níveis de células sanguíneas. São necessários mais estudos para elucidar completamente os mecanismos subjacentes à síndrome. Além disso, há evidências de que o tamanho dos fibroides pode influenciar a gravidade dos sintomas . No entanto, estudos recentes exploraram biomarcadores e fatores associados à PES, como plaquetas elevadas e leucocitose , para prever e compreender melhor o desenvolvimento dessa síndrome. Enquanto a isquemia miometrial parece correlacionar-se com a gravidade da dor , a relação entre o tamanho do mioma e a ocorrência de PES ainda não está completamente esclarecida. Embora a EAU continue sendo uma opção atrativa para mulheres sintomáticas com fibroides uterinos, a compreensão aprofundada da PES é crucial para garantir uma abordagem terapêutica eficaz e minimizar seus potenciais efeitos adversos. Prática Clínica Ao considerar a embolização da artéria uterina (EAU) como tratamento para fibroides uterinos, é essencial estar ciente da síndrome pós-embolização (PES), uma resposta inflamatória rara causada pela necrose dos tecidos fibroides. Estudos identificaram biomarcadores como plaquetas elevadas e leucocitose para prever e manejar a PES, mas a relação entre o tamanho dos miomas e a síndrome ainda precisa ser elucidada. Uma avaliação cuidadosa do paciente antes do procedimento é fundamental. Embora a EAU seja uma opção atraente, compreender a PES é crucial para garantir a segurança e eficácia do tratamento. Continue Estudando... Sugestão de estudo: Novas Tecnologias em Reprodução Assistida Sugestão de estudo: Hormônios e Fertilidade: Perspectivas Atuais Sugestão de estudo: Fogachos na menopausa aumentam o risco de doenças neurodegenerativas Referências Bibliográficas WALDRON, Michael G.; KASSAMANI, Yara W.; O’MAHONY, Alexander T.; O’MAHONY, Siobhain M.; O’SULLIVAN, Orfhlaith E.; POWER, Stephen P.; SPENCE, Liam; MAHER, Michael M.; O’CONNOR, Owen J.; BUCKLEY, Maria M.. Uterine Artery Embolisation of Fibroids and the Phenomenon of Post-Embolisation Syndrome: a systematic review. Diagnostics , [S.L.], v. 12, n. 12, p. 2916, 23 nov. 2022. MDPI AG.