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Finalmente Entenda a Doença de Crohn

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31 de mai. de 2024

As doenças inflamatórias intestinais (DII), incluindo a Doença de Crohn, são caracterizadas pela inflamação crônica do intestino, cuja causa ainda não é totalmente compreendida. No entanto, diversos fatores estão implicados nesse processo . Antígenos presentes na microflora intestinal têm o potencial de desencadear e ativar essa inflamação, o que pode ser especialmente problemático em casos de predisposição autoimune. Além disso, o uso crônico de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) também pode exacerbar a inflamação intestinal, pois eles têm o potencial de ativar respostas autoimunes no organismo. Ademais, fatores como estresse e o hábito de fumar estão associados ao desenvolvimento e à progressão das doenças inflamatórias intestinais, aumentando a complexidade do quadro clínico dessas condições.   Diagnóstico da Doença de Crohn Desse modo, é muito difícil saber se um paciente terá ou não uma DII. Por isso, o diagnóstico costuma ser feito apenas após a primeira crise, com avaliação conjunta do quadro clínico, em concordância com evidências endoscópicas, laboratoriais, radiográficas e achados histopatológicos.   A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória bastante agressiva que pode acometer qualquer parte do trato gastrointestinal, da boca ao ânus, porém é mais comumente encontrada nos segmentos do íleo terminal e cólon . Sua causa primária é desconhecida, mas vem sendo associada a interações entre fatores genéticos, imunológicos e ambientais.  Sinais e Sintomas No que diz respeito ao quadro clínico, este varia de acordo com a região comprometida e o fenótipo predominante da doença, que pode se manifestar como inflamatório, estenosante ou penetrante. Suas manifestações também são bastante variáveis e podem ser facilmente confundidas com outras DII. I ncluem distensão abdominal, dor intensa e difusa, diarreia decorrente da inflamação mucosa, emagrecimento associado à anorexia devido à intensidade das dores durante a alimentação e anemia e desnutrição devido à má absorção de nutrientes.   O agravamento da doença pode resultar em complicações graves que afetam de forma irreversível o trato intestinal do paciente, tais como perfurações e estenoses intestinais, aderências fibrosas, hemorragias, fístulas, fissuras, abcessos perianais e carcinoma colorretal. Essas complicações exigem intervenção médica imediata para evitar danos ainda maiores ao paciente. Tratamento Nutricional O tratamento nutricional tem como objetivo recuperar e/ou manter o estado nutricional do paciente, proporcionando um aporte adequado de nutrientes e aliviando os sintomas, com a intenção de reduzir a necessidade de intervenções cirúrgicas.  Durante a fase aguda da doença, a terapia nutricional enteral ou parenteral se mostra uma opção interessante como terapia primária para diminuir a atividade inflamatória causada pela doença. Isso ocorre devido à sua composição mais oligomérica, hidrolisada e com baixa osmolaridade, tornando-a mais facilmente absorvível e auxiliando na manutenção da atividade intestinal, o que contribui para evitar a translocação bacteriana.   O tratamento médico inclui o uso de antibióticos de amplo espectro, corticoides, imunossupressores, imunomoduladores, entre outros medicamentos. Essas abordagens terapêuticas visam controlar a inflamação e minimizar os sintomas da doença, com o objetivo de proporcionar ao paciente uma melhor qualidade de vida e reduzir as complicações associadas à DII. Pode ser necessária uma cirurgia? Além disso, em alguns casos, pode ser necessário recorrer a procedimentos cirúrgicos, como ressecção ou enteroplastia. No entanto, essas intervenções são indicadas apenas para complicações mais graves, quando há instabilidade clínica ou a doença se mostra refratária ao tratamento médico. É importante ressaltar que o período pós-operatório é geralmente complexo e prolongado, exigindo cuidados especiais.   Quando o paciente, que nunca foi submetido a cirurgias, entra em remissão, o tratamento dietético tem como objetivo mantê-lo nesse estado pelo maior tempo possível. Isso é alcançado por meio de uma dieta individualizada que contempla algumas restrições alimentares, como a restrição de lactose, visando proporcionar-lhe uma boa qualidade de vida . Essa abordagem dietoterápica visa não apenas controlar os sintomas, mas também prevenir recorrências e complicações associadas à doença inflamatória intestinal.   Prática Clínica   Na prática clínica do nutricionista frente à Doença de Crohn, uma das principais manifestações das doenças inflamatórias intestinais (DII), o diagnóstico é desafiador e geralmente estabelecido após a primeira crise, envolvendo uma avaliação abrangente. A Doença de Crohn, caracterizada pela inflamação crônica do intestino, pode afetar diversas regiões gastrointestinais, sendo seus sintomas variáveis e incluindo desde distensão abdominal até desnutrição. O tratamento nutricional busca recuperar e manter o estado nutricional do paciente, com destaque para a terapia nutricional enteral ou parenteral durante a fase aguda para reduzir a atividade inflamatória. O tratamento médico, que inclui o uso de diversos medicamentos, visa controlar a inflamação e minimizar os sintomas. Em casos mais graves, procedimentos cirúrgicos como ressecção ou enteroplastia podem ser necessários, enquanto a dieta individualizada é fundamental para manter o paciente em remissão, visando garantir uma boa qualidade de vida e prevenir recorrências e complicações associadas à doença.   Continue Estudando... Sugestão de estudo: Você sabe quais são as doenças inflamatórias intestinais? Sugestão de estudo: Qual Dieta é Recomendada para Doença de Crohn? Sugestão de estudo: Papel do Ômega 3 nas DII Referências Bibliográficas VELOSO, Fernando Tavarela. Prática clínica na doença de Crohn . Ge Jornal Português de Gastrenterologia , [S.L.], v. 20, n. 2, p. 93, mar. 2013. Elsevier BV.

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