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Quando parar de tomar remédio para tratar a obesidade?

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5 min

5 de nov. de 2023

“Quando parar de tomar remédio no tratamento da obesidade?” é, provavelmente, a frase que mais escutamos dentro do nosso consultório quando o paciente inicia o tratamento. Assim, controladores de apetite, injetáveis, hipoglicemiantes orais, são alguns dos exemplos. Entretanto, precisamos ter traquejo para dar uma resposta justa que não desanime o nosso paciente a desistir do tratamento, ou pior, mentir que usa o medicamento.  Nós sabemos que é difícil o paciente se assumir doente, entender que faz sentido aquele uso de medicamento para tirá-lo de uma comorbidade que por si só já carrega uma série de outros problemas crônicos como o aumento de doenças cardiovasculares, pensamentos depressivos e ,como já dito aqui, insuficiência cardíaca de fração de ejeção preservada, quando o paciente obeso tem sintomas de intolerância a os esforços como a atividade física.  Table of Contents Toggle Qual resposta dar ao seu paciente quando ele está em tratamento medicamentoso para a obesidade? A comunicação que o remédio para o tratamento da obesidade funciona precisa ser clara! A Educação e o Acompanhamento Médico como Pilares do Tratamento Referências Bibliográficas  Qual resposta dar ao seu paciente quando ele está em tratamento medicamentoso para a obesidade? Existem inúmeros equívocos relacionados ao uso de medicamentos no tratamento da obesidade. Parte dessa desinformação pode ser atribuída ao fato de que a obesidade só foi reconhecida como uma doença crônica, recorrente e de difícil controle há relativamente pouco tempo, cerca de uma década atrás. Antes disso, era comum ouvir até mesmo profissionais de saúde afirmarem que a chave para emagrecer era apenas uma questão de “força de vontade” ou de “controlar a ingestão de alimentos”. Além dos riscos à saúde física, a obesidade também pode ter um impacto significativo na saúde mental dos indivíduos que a enfrentam. Um dos desafios mais comuns enfrentados por aqueles que buscam tratamento para a obesidade é o uso de medicamentos como parte de sua terapia. Muitas vezes, os pacientes questionam quando poderão parar de usar esses medicamentos, alimentando ansiedades e incertezas. Por isso, no raciocínio por trás do uso medicamentoso no tratamento da obesidade deve ser enfatizado a importância de entender que o cessar do uso medicamentoso é um processo gradual e que requer paciência. Para quem é apaixonado por Guideline, o estudo Obesity: a chronic relapsing progressive disease process. A position statement of the World Obesity Federation, publicado no dia 18 de Julho de 2017, na revista Obesity Reviews: an Official Journal of the International Association for the Study of Obesity, demonstrou de maneira evidente como o ambiente e a abordagem das pessoas em relação à obesidade desempenham um papel crucial na progressão da doença. Os autores destacaram a importância de repensar os conceitos como um elemento fundamental para alcançar o êxito no diagnóstico e tratamento.  Com o passar do tempo, obtivemos um entendimento mais aprofundado da fisiopatologia da doença, o que possibilitou o desenvolvimento de novos medicamentos e a melhoria na capacidade de personalizar o tratamento. É crucial destacar que, assim como a modificação na dieta e a prática de atividades físicas, a medicação se apresenta como mais uma ferramenta valiosa no arsenal de combate à doença. É inquestionável que a utilização adequada de medicamentos, quando prescritos criteriosamente, conduz a perdas de peso mais significativas e maior eficácia na manutenção desse progresso. Isso ocorre, principalmente, devido ao fato de que determinados medicamentos atuam diretamente nas áreas de maior desafio para o paciente. Portanto, é essencial desassociarmos o estigma de que recorrer a medicamentos no tratamento da obesidade equivale a uma espécie de atalho desonesto. Na realidade, para muitas pessoas, essa abordagem é um fator decisivo para o sucesso do tratamento. A comunicação que o remédio para o tratamento da obesidade funciona precisa ser clara! É crucial que os pacientes compreendam que o uso medicamentoso no tratamento da obesidade não deve ser encarado como uma solução temporária, mas sim como uma ferramenta que auxilia na conquista de um objetivo maior: a perda de peso e a melhoria da saúde. Quando um paciente utiliza um medicamento e consegue perder peso, isso é um sinal de que o tratamento está funcionando. No entanto, interromper o uso por conta própria pode levar a um reganho de peso, o que destaca a importância de seguir as orientações médicas. Por isso, a pergunta: “Doutor, quando vou parar de usar o remédio?” revela-se como uma ansiedade em relação ao uso contínuo de medicamentos e isso é compreensível. Infelizmente, muitos pacientes desejam a independência em relação às drogas e acreditam que a interrupção do medicamento seja um sinal de sucesso no tratamento. Além disso, o acompanhamento médico regular é essencial para monitorar o progresso do paciente e fazer os ajustes necessários no tratamento. Somente o médico é capaz de avaliar se o paciente está pronto para diminuir a dose ou interromper o medicamento e fornecer orientações específicas para a transição. Pois, se o paciente soubesse o tempo certo de iniciar o medicamento, ou o tempo de parar, ele não precisaria do médico para ter o resultado que deseja.  A Educação e o Acompanhamento Médico como Pilares do Tratamento A anamnese é uma ferramenta valiosa na identificação dos fatores específicos que podem contribuir para a obesidade de um paciente. Durante essa fase, você pode identificar padrões de comportamento alimentar, como a compulsividade, ou diferentes perfis de fome, que podem variar de paciente para paciente. Esses insights são fundamentais para a personalização do tratamento, garantindo que os medicamentos prescritos atendam às necessidades individuais de cada pessoa. Por outro lado, essa conversa pode olhar para o horizonte de ajuste de dose medicamentosa.  Outro recurso valioso que você pode utilizar é a análise da composição corporal do paciente. Através de exames como a bioimpedância, é possível quantificar a quantidade de gordura, músculo e outros componentes corporais. Esses dados fornecem uma representação visual do progresso alcançado pelo paciente ao longo do tratamento. Por isso, ao mostrar ao paciente os resultados concretos obtidos, como a redução da porcentagem de gordura corporal, o aumento da massa magra e o controle do padrão alimentar, você pode incentivá-lo a continuar com o tratamento. Esses dados também servem como uma fonte de motivação, mostrando até onde o paciente já chegou e o que ele pode conquistar com persistência. Muitos pacientes com obesidade lutam contra o peso excessivo por um longo período de tempo, muitas vezes décadas. Eles podem ter tentado várias dietas e programas de exercícios sem sucesso antes de recorrerem a medicamentos como parte de seu tratamento. Qual o seu diferencial para contribuir que seu paciente não desista mais uma vez? Em resumo, a educação e o acompanhamento médico eficazes não apenas envolvem a prescrição de medicamentos, mas também a comunicação contínua com o paciente. Na consulta, é possível identificar fatores específicos que influenciam a obesidade do paciente, permitindo um tratamento mais personalizado. É muito mais sobre comunicação do que apenas uma prescrição de itens. O uso adequado de medicamentos, combinado com uma abordagem educativa e de acompanhamento, é a chave para o sucesso no tratamento da obesidade. Referências Bibliográficas  Leitura Sugerida: Por que a sua prescrição com análogo de GLP-1 deu errado? Bray GA, Kim KK, Wilding JPH; World Obesity Federation. Obesity: a chronic relapsing progressive disease process. A position statement of the World Obesity Federation. Obes Rev. 2017;18(7):715-723. Classifique esse post #medicamentoparatratarobesidade #obesidade #tratamentodaobesidade

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