Suplementação de Enzimas Pancreáticas: Evidências Clínicas
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14 de dez. de 2022
As enzimas pancreáticas são capazes de quebrar proteínas, carboidratos e lipídios. Sua suplementação pode desempenhar um papel no tratamento de distúrbios digestivos, desde intolerância à lactose até fibrose cística. Nesse contexto, atualmente, existem diversas formulações de suplementação enzimática disponíveis no mercado sendo utilizadas na prática clínica. Estas são utilizadas para o manejo de diversas doenças digestivas, principalmente aquelas que envolvem órgãos destinados à produção de enzimas digestivas, como o pâncreas exócrino (que produz enzimas) e a borda em escova do intestino delgado (que produz lactase). Table of Contents Toggle O que são? Indicações Clínicas Indústria e Comércio de Enzimas Pancreáticas Prática Clínica Referências Bibliográficas O que são? As enzimas digestivas são produzidas e secretadas pelo sistema gastrointestinal para degradar gorduras, proteínas e carboidratos. Dessa forma, realiza a digestão e, posteriormente, a absorção de nutrientes. Portanto, quando indicadas, podem contribuir para o tratamento de diversas perturbações caracterizadas por um comprometimento das funções digestivas. Sendo assim, as enzimas pancreáticas podem ser divididas em três grupos, de acordo com suas respectivas funções: enzimas proteolíticas (principalmente tripsinogênio e quimotripsinogênio e suas formas ativas tripsina e quimotripsina), enzimas amilolíticas (amilase pancreática) e enzimas lipolíticas (principalmente lipase). Indicações Clínicas A suplementação de enzimas pancreáticas é a terapia de escolha para o manejo da insuficiência pancreática exócrina (IPE) na pancreatite crônica, câncer pancreático, fibrose cística (FC) ou diabetes. Outra aplicação relevante da suplementação enzimática na prática clínica é o manejo da intolerância à lactose. Estima-se que 75 por cento dos indivíduos em todo o mundo experimentam hipolactasia, ou alguma diminuição da atividade da lactase, especialmente durante a idade adulta. Indústria e Comércio de Enzimas Pancreáticas Atualmente, as enzimas derivadas de animais, principalmente fontes suínas ou bovinas, representam um padrão estabelecido de tratamento. No entanto, o crescente estudo de enzimas derivadas de plantas e microrganismos, como Aspergillus oryzae e Rhizopus arrhizus, oferecem grandes promessas no avanço da terapia enzimática digestiva. Além disso, tem-se duas formulações comercialmente disponíveis: sem e com revestimento entérico. Esta última preparação foi desenvolvida para facilitar a passagem de enzimas ingeridas através do meio ácido hostil do estômago e duodeno, visto que a eficácia da suplementação enzimática exógena é diminuída por baixa pH, além da lipase ser de fato irreversivelmente desnaturada quando exposta a pH ≤4. Prática Clínica A dose diária necessária de enzimas pancreáticas é variável. Esta relaciona-se à etiologia e gravidade da insuficiência pancreática e características clínicas do paciente, como idade e peso corporal. No que se refere a fibrose cística, genótipo e fatores intestinais que afetam sua absorção. As preparações de enzimas pancreáticas são dosadas pelo conteúdo de lipase. No entanto, muitas evidências sugerem que uma dose mínima de 25.000-50.000 U de lipase por refeição é geralmente necessária para reduzir a esteatorreia para <15 g de gordura por dia em adultos. Ao lidar com a fibrose cística, recomenda-se 500–3.000 U lipase ⁄ kg por refeição e <6.000 ou 10.000 U lipase ⁄ kg ⁄ dia em crianças. Crianças com mais de 4 anos tendem a comer menos gordura por quilograma do que crianças com menos de 4 anos que requerem menos dosagem de enzimas (500 vs. 1000 U lipase ⁄ kg ⁄ refeição, respectivamente). Referências Bibliográficas Sugestão de Leitura: Efeitos dos Polifenóis na Microbiota e nos Distúrbios Gastrointestinais Assista ao vídeo com o nutricionista Felipe Ribeiro na plataforma Science Play – Fisiologia do Sistema Digestório: uma Visão Prática Artigo Enzimas Pancreáticas: Ianiro G, Pecere S, Giorgio V, Gasbarrini A, Cammarota G. Digestive Enzyme Supplementation in Gastrointestinal Diseases. Curr Drug Metab. 2016;17(2):187-93. doi: 10.2174/138920021702160114150137. PMID: 26806042; PMCID: PMC4923703. Classifique esse post #suplementação #enzimaspancreáticas #enzimasproteolíticas #enzimas #enzimasamilolítica #enzimaslipolíticas #saúdeintestinal