▷ SCIENCE PLAY ▷ SCIENCE PLAY

Conheça o estudo científico feito ao protocolo 5R

Brunno Falcão

2 min

27 de set. de 2022

O protocolo 5R consiste em uma estratégia nutricional com o objetivo de equilibrar o trato gastrointestinal , através de cinco ações principais (remover, recolocar, reparar, reinocular e aliviar) de forma individualizada, porém não obrigatoriamente sequencial. Inicialmente, os 3 primeiros Rs devem ser o foco principal no tratamento, nos quais se relacionam diretamente com a dieta do indivíduo e a sua saúde intestinal. Com o objetivo de avaliar o funcionamento desta abordagem na prática e os desfechos do protocolo 5R na microbiota intestinal, foi realizado um estudo científico . A pesquisa foi realizada em uma paciente, do sexo feminino, de 42 anos, com diagnóstico de Síndrome do Intestino Irritável que apresentava episódios diarreicos intercalados com períodos de constipação. Durante a etapa da seleção para o estudo de caso, a voluntária apresentava cerca de três episódios diários de diarreia (com fezes tipo 6 ou 7 na escala de Bristol) e eventualmente alguns episódios de constipação com fezes mais ressecadas. Foram realizados testes na paciente em questão, para análise do quadro clínico e nutricional, o primeiro teste a ser realizado foi o teste de hidrogênio expirado e dosagem de calprotectina fecal para exclusão de Síndrome do Supercrescimento Bacteriano (SIBO), essa condição pode interferir diretamente na aplicação do protocolo, por isso, é importante verificar. Com o resultado negativo, a paciente realizou um teste genético de avaliação da microbiota intestinal com o objetivo de identificar as principais características (quantidade e espécies) da sua microbiota. Para avaliação dos sintomas gastrintestinais foi utilizado o teste Gastrointestinal Symptom Rating Scale. No início do estudo a paciente totalizou 60 pontos, sendo os sintomas com maior pontuação: eructação, flatulência, dor abdominal, diarreia com urgência evacuatória e sensação de esvaziamento incompleto. Nesse estudo de caso, a conduta adotada consistiu de uma orientação nutricional individualizada, considerando todos os sintomas apresentados, seguindo uma dieta Low-FODMAP (oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis) associada à suplementação de prebióticos, probióticos e enzimas digestivas durante 90 dias. A intervenção dietética consistia da inclusão de: - 3 porções de frutas; - 3 porções de verduras e legumes; - Ervas e temperos frescos; - Chás de acordo com a aceitação e sintomatologia do paciente; - 10g/dia de farelo de aveia ou farinha de banana verde; - Hidratação adequada, com ingestão média de 35ml/kg peso; - Rodiziar os tipos de proteína animal (frango, carne, peixe e ovo) Além disso, exclusão dos seguintes fatores dietéticos: - Alimentos com potencial alergênico ; - Embutidos; - Evitar sucos de frutas, com exceção de suco de limão e de maracujá; - Evitar cerveja, espumante e whisky (máximo de consumo de álcool: 1 a 2 taças de vinho por semana); - Reduzir 50% no consumo inicial de café. Após 90 dias de intervenção, foi possível observar uma melhora significativa nos sintomas inicialmente apresentados, além disso, houve um aumento no índice de diversidade da microbiota .