Creatina: Intestino e Cérebro
Brunno Falcão
2 min
•
11 de dez. de 2022
A suplementação de creatina ganhou prestígio com a nutrição esportiva em função dos benefícios demonstrados, relacionados à musculação, aumento de carga, ganho de potência e aumento de massa muscular. Isso tudo acontece devido ao seu mecanismo de ação que consiste, basicamente, no aumento de concentração de creatina livre e fosfocreatina no músculo esquelético. Dessa forma, provoca alterações cruciais no organismo, como o aumento da ressíntese de ATP, molécula energética do organismo. Nesse cenário, a creatina atua doando um fosfato para a molécula de ADP, transformando-a novamente em ATP (molécula rica em energia que proverá poder de força para o músculo). No entanto, a creatina deixou de ser um suplemento que tem aplicação apenas para a força muscular. Falta de memória, disbiose intestinal, sarcopenia e diabetes são alguns exemplos que estão relacionados com a aplicabilidade da creatina. Table of Contents Creatina e Intestino Cérebro x Creatina Prática Clínica Referências Bibliográficas Creatina e Intestino O leaky gut ou “hiperpermeabilidade intestinal” está presente em grande parte dos pacientes que chegam ao consultório do nutricionista apresentando alguma desregulação intestinal. Dessa forma, um estudo mostra que, embora 90% da suplementação de creatina seja direcionada para o músculo esquelético, os outros 10% vão para o intestino. Há um mecanismo que aumenta a eficiência da CKMT, localizada nas junções comunicantes do epitélio intestinal resultando em uma fortificação da barreira celular, impedindo que substâncias indesejadas não a ultrapassem. Sendo assim, ocorre maior homeostase e, consequentemente, melhora no quadro do leaky gut e sintomas relacionados. Cérebro x Creatina O cérebro é um órgão metabolicamente “super ativo” e necessita de alta demanda de ATP. O aumento de estoque da creatina cerebral promove um aumento de adenosina trifosfato, ou seja, processo similar ao que acontece no músculo. Além disso, a suplementação de creatina pode atenuar os impactos negativos do estresse agudo no sistema nervoso, desde que tenhamos um estoque suficiente dessa molécula no cérebro. Um estudo mostrou que em 28 dias de suplementação de creatina, foi aumentado em quase 15% o conteúdo de fosfocreatina no cérebro. Embora as alterações fisiológicas como perda de memória no envelhecimento sejam naturais, é importante saber que existem estratégias concretas que o nutricionista pode atuar para melhorar a qualidade de vida do paciente. Prática Clínica O nutricionista pode utilizar de três protocolos para prescrição de creatina, sendo que todos visam o efeito de carregamento: 20g de creatina nos primeiros 5-7 dias, 3g de creatina por 20 dias ou 3-5g de creatina por 21 dias. Antigamente, acreditava-se que o primeiro método fosse o mais eficaz para a saturação do músculo esquelético, mas hoje sabe-se que as 3 formas agem para esse propósito. Continue Estudando... Sugestão de estudo: Creatina Sugestão de estudo: Quais são os tipos de creatina? Sugestão de estudo: Creatina: Existe Idade para Suplementação? Assista ao vídeo na plataforma Science Play – Creatina para o Músculo e ao Cérebro Referências Bibliográficas ROSCHEL, Hamilton; GUALANO, Bruno; OSTOJIC, Sergej M.; RAWSON, Eric S.. Creatine Supplementation and Brain Health . Nutrients , [S.L.], v. 13, n. 2, p. 586, 10 fev. 2021. MDPI AG.