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Fármacos para Emagrecimento: O que a nutrição deve saber?

Brunno Falcão

3 min

2 de set. de 2023

Em sua palestra na Sala Nutrição Brasil, o médico Bruno Cesar abordou o tema “Fármacos para emagrecimento : o que a nutrição deve saber?” No cenário atual, uma variedade de medicamentos é comercializada com a promessa de auxiliar no processo de emagrecimento, incluindo os renomados agonistas do GLP-1. Inicialmente desenvolvidos para o tratamento de diabetes, atualmente esses medicamentos também são utilizados com finalidades estéticas. O mecanismo de ação desses fármacos se desencadeia a partir do estímulo do GLP-1 na presença de glicose, desencadeando uma série de eventos que têm como resultado a estimulação das células intestinais. Estas, por sua vez, ativam as células pancreáticas para a liberação de insulina.  Table of Contents Toggle Tipos de Fármacos para Emagrecimento Afirmações Equivocadas Sobre Fármacos para Emagrecimento Prática Clínica Tipos de Fármacos para Emagrecimento Dentre essas opções medicamentosas, ganham destaque o Ozempic, conhecido por sua notável duração de ação, possibilitando a administração semanal. Outra alternativa é o Wegov, que consiste, de modo geral, em uma versão do Ozempic com doses mais elevadas.  É importante ressaltar que os profissionais da área de saúde devem estar cientes de que, quando se trata de medicamentos administrados por via oral, medidas de proteção contra a ação do ácido estomacal são necessárias para garantir sua eficácia. Entretanto, é amplamente reconhecido que as injeções diretas dessas substâncias costumam ser mais eficazes no que se refere à perda de peso. Afirmações Equivocadas Sobre Fármacos para Emagrecimento Há, porém, uma série de equívocos relacionados a esses medicamentos, como a concepção errônea de que eles provocam vômitos como estratégia para promover a perda de peso. Na realidade, esses fármacos exercem influência em diversos órgãos, abrangendo o fígado, cérebro, coração, rim, trato gastrointestinal, células adiposas, músculos e pâncreas, atuando na modulação do apetite por meio de alterações no hipotálamo. Essa regulação envolve a estimulação dos neurônios anorexígenos e a inibição dos orexígenos, tendo o GABA como um dos intermediários. Ademais, é importante reconhecer que esses medicamentos podem não surtir o mesmo efeito em todos os organismos, especialmente em indivíduos que mantêm dietas inadequadas, resultando em inflamação hipotalâmica. Nesses casos, a administração de anti-inflamatórios, como o ácido alfa-lipóico, pode ser necessária para reduzir a secreção de leptina e sua ação sobre o hipotálamo. A sensação de “vontade de comer” muitas vezes está relacionada ao sistema de recompensa, que envolve a liberação de dopamina e noradrenalina. Prática Clínica Na prática clínica, o nutricionista desempenha um papel crucial ao lidar com o uso de fármacos para emagrecimento. É essencial compreender que esses medicamentos muitas vezes fazem parte de um tratamento mais amplo e interdisciplinar para o controle do peso, e a integração das abordagens nutricionais é fundamental. O profissional de nutrição deve estar atualizado sobre os diferentes tipos de medicamentos disponíveis, seus mecanismos de ação e possíveis efeitos colaterais, a fim de orientar os pacientes de forma abrangente. Além disso, é crucial que o nutricionista avalie a necessidade individual de cada paciente em relação ao uso desses fármacos. Nem todos os indivíduos se beneficiarão igualmente desses medicamentos, e é importante considerar fatores como histórico médico, estado nutricional, estilo de vida e preferências alimentares. O nutricionista desempenha um papel fundamental na educação do paciente sobre o uso adequado dos medicamentos, incluindo horários de administração, interações com alimentos e potenciais impactos na dieta e na nutrição. Matéria elaborada pela colunista Ana Beatriz Barbosa Lopes , com base na palestra do médico Bruno Cesar . Classifique esse post #brunocesar #emagrecimento #nutriçãobrasil