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Flexibilidade Metabólica: Qual a sua importância?

Brunno Falcão

3 min

19 de jun. de 2023

Flexibilidade metabólica é a capacidade do organismo de responder ou se adaptar a mudanças condicionais na demanda metabólica. Essa flexibilidade na escolha do combustível serve para prevenir o estado de hiperglicemia crônica pós-prandial e garantir que a glicose seja destinada para os tecidos glicodependentes durante o estado de jejum. Este amplo conceito foi propagado para explicar os mecanismos que regem a seleção de combustível entre glicose e ácidos graxos. Porém um estilo de vida com uma alimentação e hábitos inadequados  pode gerar a inflexibilidade metabólica que é responsável pelo aumento da prevalência de diversas doenças como obesidade e diabetes tipo 2.  Table of Contents Toggle Flexibilidade Metabólica vs. Transição de Combustíveis Durante o Jejum e Alimentação Flexibilidade Metabólica vs. Inflexibilidade Metabólica Prática Clínica Referências Bibliográficas Flexibilidade Metabólica vs. Transição de Combustíveis Durante o Jejum e Alimentação A flexibilidade metabólica descreve a facilidade e rapidez com que o metabolismo transita entre o estado de absortivo (alimentado) e pós absortivo (jejum). No estado de absorção, a glicólise e a oxidação do piruvato são as vias preferidas para as necessidades de energia. O aumento da produção de piruvato induzida pelos altos níveis de glicose, gera maior ativação da fosforilação oxidativa para produção de ATP, isso ocorre devido a maior ativação complexo piruvato desidrogenase e produção de acetil CoA. Além disso, o estado absortivo é caracterizado por aumentos de Malonil- CoA que exerce um efeito inibitório na β-oxidação de ácidos graxos e estimula a  síntese de triacilgliceróis. O estado pós-absorção, é caracterizado por uma diminuição nos níveis de insulina e aumento da secreção de glucagon em resposta a reduções na glicose plasmática. O glucagon estimula a glicogenólise, causando liberação de glicose, enquanto reduções na insulina diminuem o transporte de glicose para o músculo esquelético e adipócitos; garantindo a entrega adequada da glicose plasmática para o cérebro e tecidos exclusivamente glicolíticos, como eritrócitos, medula renal, medula óssea e nervos periféricos. A diminuição dos níveis de insulina também ativa a lipólise, tornando os ácidos graxos disponíveis para servir como combustível alternativo para o músculo esquelético no estado de jejum. Em suma, o suprimento generoso de glicose no estado alimentado leva ao aumento da glicólise, captação e armazenamento de glicose e supressão da oxidação de ácidos graxos, enquanto a oxidação de ácidos graxos é a fonte preferida de combustível durante o jejum, poupando a glicose para uso pelo cérebro. Flexibilidade Metabólica vs. Inflexibilidade Metabólica A inflexibilidade metabólica é caracterizada pela incapacidade das mitocôndrias de oxidarem adequadamente os substratos energéticos. Sendo assim, a resistência à insulina foi pautada com uma das componentes chaves envolvidas na inflexibilidade metabólica.  A ausência da insulina, faz com que a captação tecidual de glicose seja comprometida, aumentando a glicose da corrente sanguínea, podendo gerar uma hiperglicemia crônica. Outros problemas associados a inflexibilidade metabólica foram defeitos na oxidação de ácidos graxos, energia mitocondrial alterada, acúmulo de lipídeos intramiocelulares e maior propensão à obesidade. Prática Clínica A inflexibilidade metabólica é mais predominante em pessoas sedentárias. Com isso, o exercício físico foi pautado como uma estratégia para evitar a inflexibilidade metabólica. Isso ocorre, pois a prática de esportes aumenta a biogênese mitocondrial e melhora a sensibilidade da insulina. Além disso, praticantes de atividade física tem uma melhor capacidade de oxidar glicose e ácidos graxos. Referências Bibliográficas Sugestão de Leitura: Obesidade Metabolicamente Saudável: Uma crescente? Smith, R. L., Soeters, M. R., Wüst, R. C. I., & Houtkooper, R. H. (2018). Metabolic Flexibility as an Adaptation to Energy Resources and Requirements in Health and Disease. Endocrine reviews, 39(4), 489–517. https://doi.org/10.1210/er.2017-00211 Goodpaster, B. H., & Sparks, L. M. (2017). Metabolic Flexibility in Health and Disease. Cell metabolism, 25(5), 1027–1036. https://doi.org/10.1016/j.cmet.2017.04.015 Classifique esse post #flexibilidademetabólica #inflexibilidademetabólica