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  • Foto do escritorKcal da Science Play

Otimizando o Desempenho Esportivo: O que o Futuro nos Reserva

Desempenho Esportivo


As respostas individuais ao exercício são influenciadas pela variação genética e exercem um grande impacto no desempenho físico. Nesse cenário, a pesquisa científica está avançando constantemente na área de estudos relacionados ao desempenho físico.


É evidente que a resposta de um atleta a determinado nutriente pode variar, o que destaca a importância da personalização nos regimes nutricionais. Fatores como genética, comportamento, estilo de vida (incluindo exercícios e hábitos alimentares) e ambiente têm um papel significativo na saúde e no desempenho esportivo. A aplicação da inteligência artificial na área da saúde de precisão considera todos esses aspectos, visando melhorar a saúde individual e o desempenho esportivo.


Ao levar em conta hábitos alimentares, comportamento, nível de atividade física, marcadores bioquímicos e microbiota intestinal, é possível compreender como a dieta pode influenciar ou modificar a expressão dos genes. Essa variabilidade genética pode afetar diversos aspectos, incluindo a força muscular, a estrutura esquelética, o tamanho do coração e a elasticidade dos tendões.


É importante ressaltar que a genética não determina o destino, e é possível modificar a resposta dos nossos genes por meio da alimentação e do estilo de vida. Estudos indicam que 251 polimorfismos genéticos podem estar associados ao desempenho atlético em áreas como endurance, potência e força, com muitos desses marcadores identificados em pesquisas envolvendo indivíduos de diferentes países.


Genótipo FTO AA


O genótipo FTO AA é menos comum entre atletas brasileiros e russos e está associado a um fenótipo magro, com uma menor proporção de fibras musculares de contração lenta (oxidativas). Isso sugere uma predisposição para atividades de força e uma potencial proteção contra o ganho de massa corporal em indivíduos que praticam atividades físicas de intensidade moderada a alta. Assim, a ingestão de proteínas pode modificar a relação entre as variações genéticas no gene FTO e as medidas de peso corporal, influenciando tanto o controle de peso quanto o desempenho esportivo.


Polimorfismos COL1A1, COL1A2 e COL5A1


Indivíduos com esses polimorfismos tendem a apresentar mais problemas relacionados aos tendões musculares. Recomenda-se aumentar o consumo de lisina, prolina e vitamina C por meio de suplementos de colágeno para abordar essa condição.


Polimorfismo MCT1


Este polimorfismo pode aumentar o risco de lesões devido à fadiga muscular e à acumulação retardada de íons de hidrogênio durante o exercício anaeróbico, resultando em acidose. Recomenda-se a suplementação de bicarbonato de sódio algumas horas antes do exercício para reduzir esse risco.


AMPD1


O polimorfismo no gene AMPD1 está relacionado ao metabolismo energético muscular durante o exercício, afetando a recuperação de adenina nucleotídeos. Indivíduos com a variante T podem precisar de períodos de descanso mais longos entre as sessões de treinamento com pesos e são mais propensos a lesões musculares, cãibras e fadiga precoce durante o exercício. 


Suplementação


Atletas de endurance podem se beneficiar da ingestão de bebidas contendo carboidratos, enquanto atletas de força podem considerar a suplementação com creatina monohidratada.


Cafeína


O consumo de cafeína pode afetar negativamente diversos aspectos do sono, incluindo o tempo total de sono, a latência para o início do sono, o despertar após o início do sono, a eficiência do sono e a arquitetura do sono. A redução do tempo total de sono está relacionada à dose total de cafeína ingerida e ao momento do consumo em relação à hora de dormir. Quanto maior a dose de cafeína e mais próxima da hora de dormir, maior será a redução no tempo total de sono.


Prática Clínica


Para evitar essas reduções no tempo total de sono, é recomendado que o consumo de café, contendo aproximadamente 107 mg de cafeína por 250 ml, seja feito pelo menos 8 horas antes do horário de dormir. Da mesma forma, uma porção padrão de suplemento pré-treino, contendo cerca de 217,5 mg de cafeína, deve ser consumida pelo menos 13,2 horas antes de dormir.


Além disso, a nutrição personalizada deve levar em consideração o microbioma intestinal, que desempenha um papel importante no metabolismo da dieta e dos suplementos dietéticos. O microbioma pode contribuir para a variabilidade na resposta do corpo à dieta e aos suplementos, como cafeína e antioxidantes. Essa variabilidade interindividual na resposta aos nutrientes é influenciada por polimorfismos genéticos e pelas concentrações da atividade antioxidante basal.


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Referências Bibliográficas


GUILHERME, João Paulo L.F.; EGOROVA, Emiliya S.; SEMENOVA, Ekaterina A.; KOSTRYUKOVA, Elena S.; KULEMIN, Nickolay A.; BORISOV, Oleg V.; KHABIBOVA, Sofya A.; LARIN, Andrey K.; OSPANOVA, Elena A.; PAVLENKO, Alexander V.. The A-allele of the FTO Gene rs9939609 Polymorphism Is Associated With Decreased Proportion of Slow Oxidative Muscle Fibers and Over-represented in Heavier Athletes. Journal Of Strength And Conditioning Research, [S.L.], v. 33, n. 3, p. 691-700, mar. 2019. Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health).

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