O resveratrol é o estilbenoide polifenólico mais conhecido, presente em uvas, amoras, amendoim, ruibarbo e em várias outras plantas. O resveratrol pode desempenhar um papel benéfico na prevenção e na progressão de doenças crônicas relacionadas à inflamação, como diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, neurodegeneração e câncer, entre outras condições. Além disso, ele atua na imunidade interferindo na regulação das células imunes, citocinas pró-inflamatórias, e expressão gênica. Entenda mais aqui sobre o resveratrol na imunidade.
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Resveratrol na imunidade
Estudos mostram que o resveratrol modula muitos mediadores celulares e moleculares da resposta inflamatória. Seus efeitos são dependentes do contexto (ou seja, o resveratrol pode influenciar quimiocinas e citocinas de maneiras opostas em diferentes tecidos). Este composto bioativo inibe a proliferação de células do baço induzida pela concanavalina A (ConA), interleucina-2 (IL-2) ou aloantígenos, e previne mais eficientemente a produção de IL-2 e interferon-gama (IFNγ) por linfócitos e a produção de fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) ou IL-12 por macrófagos. Ao interagir com vários alvos moleculares, o resveratrol regula a imunidade adaptativa.
O resveratrol modula a função imune de maneira dependente da dose, em doses baixas ele estimula o sistema imunológico, enquanto que em altas doses induz imunossupressão. Seu efeito como imunomodulador foi demonstrado em vários modelos animais. Em roedores, o resveratrol reduz as respostas inflamatória, reverte a imunossenescência em ratos idosos e melhora a atividade imunológica contra células cancerígenas. Em relação ao sistema imunológico, verificou-se que o resveratrol participa da ativação de macrófagos, células T e células naturais killer (NK) e está envolvido nas funções supressoras das células T regulatórias.
Além disso, seus efeitos são o resultado de sua capacidade de remover espécies reativas de oxigênio (ROS), para inibir a ciclooxigenase (COX), e para ativar muitas vias anti-inflamatórias, incluindo, entre outras, a Sirtuína-1 (Sirt1). A Sirt1 interrompe o sinal TLR4/NF-κB/STAT que por sua vez diminui a produção de citocinas de células imunes inativadas, ou fatores pró-inflamatórios derivados de macrófagos/mastócitos, como fator ativador de plaquetas (PAF), TNF-α e histamina.
Por seus benefícios à saúde humana e por apresentar propriedades promissoras em distúrbios imunológicos, é cada vez mais proposto como um suplemento dietético para consumo humano. No entanto, a análise farmacocinética revela que o resveratrol sofre metabolismo rápido no corpo. Sua biodisponibilidade após administração oral é muito baixa, apesar da absorção atingir 70%, isso afeta o significado fisiológico das concentrações usadas em estudos in vitro.
Prática clínica
O resveratrol pode suprimir a expressão do receptor toll-like (TLR) e dos genes pró-inflamatórios. A atividade antioxidante do resveratrol e a capacidade de inibir enzimas envolvidas na produção de eicosanóides contribuem para suas propriedades anti-inflamatórias. Os efeitos deste composto biologicamente ativo no sistema imunológico estão associados a benefícios de saúde generalizados para diferentes doenças autoimunes e inflamatórias crônicas.
Referências bibliográficas
Sugestão de estudo: Modulação da inflamação crônica com o uso da quercetina
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Artigo: Resveratrol e sistema imune – Malaguarnera L. Influence of Resveratrol on the Immune Response. Nutrients. 2019;11(5):946. Published 2019 Apr 26. doi:10.3390/nu11050946
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