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Brunno Falcão

3 min

3 de jun. de 2024

Ácidos graxos essenciais são lipídios que não podem ser sintetizados pelo corpo e devem ser ingeridos através da dieta ou suplementos . Existem duas famílias de ácidos graxos essenciais, ômega-3 e ômega-6, necessários para funções fisiológicas como transporte de oxigênio, armazenamento de energia, função da membrana celular e regulação da inflamação e proliferação celular.   Esses ácidos graxos são essenciais para o crescimento e maturação de sistemas orgânicos, especialmente o cérebro e os olhos. Uma dieta equilibrada em ômega-6 e ômega-3 pode ser menos inflamatória e imunossupressora. No entanto, a dieta ocidental é desequilibrada, com excesso de ômega-6 e deficiência de ômega-3 , o que pode aumentar o risco de doenças crônicas como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e osteoartrite.   Gravidez   Durante a gravidez, a ingestão adequada de ácidos graxos ômega-3 é crucial para o desenvolvimento fetal. Peixes e frutos do mar são fontes ricas desses nutrientes, incluindo ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosahexaenoico (DHA), fundamentais para o desenvolvimento do cérebro e dos olhos do feto . Estudos destacam que a deficiência de ômega-3 durante a gestação está associada a déficits visuais e comportamentais no feto, ressaltando a importância de uma dieta equilibrada durante esse período para garantir um desenvolvimento fetal saudável. Além disso, a suplementação de ômega-3 pode também reduzir o risco de complicações como pré-eclâmpsia, parto prematuro e baixo peso ao nascer , enquanto promove a saúde emocional da mãe.   Lactação   Por outro lado, na lactação, os ácidos graxos ômega-3 presentes no leite materno continuam a proporcionar benefícios para o bebê. O DHA é essencial para dar continuidade ao desenvolvimento do sistema nervoso central , auxiliando no crescimento e na maturação do cérebro e dos olhos nos primeiros meses de vida. A qualidade do leite materno, incluindo seu teor de DHA, pode ser influenciada pela dieta da mãe. Portanto, garantir uma ingestão adequada de ômega-3 durante a lactação é importante para fornecer os nutrientes necessários para o bebê .   Infância   Na infância, os ômega-3 permanecem a desempenhar um papel importante no desenvolvimento cognitivo e na saúde geral. Estudos sugerem que uma ingestão adequada de ômega-3 na infância pode estar associada a melhorias nas habilidades de aprendizado e memória, além de um menor risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares mais tarde na vida. Além disso, os ácidos graxos ômega-3 possuem propriedades anti-inflamatórias e podem ajudar a fortalecer o sistema imunológico, reduzindo o risco de infecções.   Fontes Alimentares de Ômega-3   As fontes de ômega-3, como peixes e frutos do mar, são essenciais para o desenvolvimento fetal durante a gravidez. Recomenda-se que gestantes consumam pelo menos 200 mg de DHA por dia , o que pode ser alcançado com a ingestão de 1 a 2 porções de frutos do mar por semana. No entanto, é importante limitar o consumo de peixes contaminados com mercúrio e outras toxinas. O aconselhamento adequado sobre a ingestão de frutos do mar durante a gravidez é essencial para maximizar os benefícios dos ômega-3 e minimizar os riscos para a saúde fetal.   Prática Clínica   Orientar as gestantes e lactantes a incorporar alimentos ricos em ômega-3 em sua dieta, como peixes de água fria (salmão, sardinha, cavala), sementes de linhaça, chia e nozes, é fundamental. Além disso, recomenda-se a suplementação com óleo de peixe ou óleo de algas, especialmente para aquelas que têm uma ingestão insuficiente desses nutrientes na dieta. Nutricionistas devem fornecer orientações específicas sobre a dosagem e a frequência adequadas de suplementação, levando em consideração as necessidades individuais de cada paciente e o estágio da gestação ou lactação.   Referências Bibliográficas   MOZURKEWICH, Ellen L.; KLEMENS, Chelsea. Omega-3 fatty acids and pregnancy. Current Opinion In Obstetrics & Gynecology , [S.L.], v. 24, n. 2, p. 72-77, mar. 2012. Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health). http://dx.doi.org/10.1097/gco.0b013e328350fd34 .