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  • Foto do escritorKcal da Science Play

A atividade física é mais eficaz que qualquer antidepressivo no controle e tratamento da saúde menta

Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma em cada oito pessoas no mundo (970 milhões de pessoas) vive com algum transtorno mental. Dessa forma, segundo o editorial Mental health matters, publicado em Novembro de 2020 no The Lancet, a  má saúde mental custa à economia mundial aproximadamente US$2,5 trilhões por ano, um custo projetado para aumentar para US$6 trilhões até 2030. Na Austrália, estima-se que uma em cada cinco pessoas (de 16 a 85 anos) tenha sofrido um distúrbio mental nos últimos 12 meses. 

No Brasil, o estudo Brazil: world leader in anxiety and depression rates, publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria em 10 de Maio de 2017, concluiu que nosso país  lidera o mundo em prevalência de transtornos de ansiedade e ocupa o quinto lugar em taxas de depressão. Pesquisas desse tipo são de grande relevância, pois muitas vezes fundamentam ações do poder público e da sociedade e orientam a formulação de políticas públicas de prevenção e/ou tratamento.

Por isso, te pergunto: será que estamos tratando corretamente o nosso paciente diagnosticado com transtorno depressivo ou com ansiedade generalizada? 

Certamente, a saúde mental sempre esteve em pauta. Principalmente, devido a Pandemia da Covid-19, a incidência e a prevalência dessa condição chegaram a números nunca vistos antes. Por isso, constantemente são buscadas novas maneiras de elevar a qualidade de vida desse paciente. Hoje, sabe-se que uma boa prescrição dietética com adequado manejo intestinal pode ser um complemento ao manejo medicamentoso e psicoterapêutico.

Recentemente, o estudo Effectiveness of physical activity interventions for improving depression, anxiety and distress: an overview of systematic reviews. Publicado no The British Journal of Sports Medicine em 3 de Fevereiro de 2023, chegou a conclusão que a atividade física deve ser uma abordagem essencial no manejo da depressão, ansiedade e sofrimento psicológico.

Este estudo de revisão em guarda-chuva, ou seja, uma síntese de outras revisões sistemáticas que permite que os resultados de avaliações pertinentes a uma pergunta de revisão possam ser comparados e contrastados. De início, foram escolhidos 1.039 estudos que envolveram 128.119 participantes que aumentaram a atividade física em um período inferior a 12 semanas. Porém, somente incluiu 97 revisões de ensaios clínicos randomizados. Com isso, os indivíduos foram então avaliados para depressão, ansiedade e sofrimento psicológico.

Os participantes variaram entre pessoas com problemas de saúde mental, indivíduos saudáveis ​​e indivíduos com várias doenças crônicas. E foi observado que a adição de atividade física teve efeitos positivos mais elevados na depressão, ansiedade e sofrimento psicológico do que os cuidados habituais – em todas as populações.

A população que mais percebeu os maiores benefícios foi em pessoas com depressão, em gestantes no período pré e pós-natais, em indivíduos saudáveis,  também pessoas com HIV e doenças renais crônicas. 

E qual foi o tipo de atividade física avaliado? Todos os tipos de exercício físico, incluindo caminhada, pilates, ioga e treinamento de resistência foram considerados benéficos. Em contrapartida, um tipo de exercício mostrou a maior melhora nos sintomas de saúde mental: atividade física de maior intensidade, o HIIT. 

Na conclusão deste estudo, destaca-se que o exercício seja uma abordagem essencial para controlar a depressão, pois os dados obtidos mostram que a atividade física é 1,5 vez mais eficaz do que a psicoterapia ou do que o tratamento medicamentoso. Dessa forma, orientar e incentivar a atividade física para o seu paciente é altamente benéfico para melhorar os sintomas de depressão, ansiedade e sofrimento em adultos. De certa forma, na população em geral, e também em pessoas com diagnóstico de transtornos mentais e/ou com doenças crônicas.

Por fim, os autores ainda reforçam que o tratamento medicamentoso não deve ser substituído pela atividade física. Por isso, ela deve ser uma abordagem complementar essencial no tratamento da depressão, da ansiedade e do sofrimento.

Por isso, é importante que você, médico, quando prescrever qualquer inibidor da recaptação de serotonina, deve também adicionar na receita a prática de atividade física. É sabido que esses medicamentos possuem diversas gerações, cada qual com seus efeitos colaterais conhecidos como queda da libido, sonolência, fadiga e ganho de peso. Quais são os efeitos colaterais da atividade física?

Com certeza, é muito delicado falar para um paciente com Transtorno Depressivo Maior, com sinais de ideação suicida, que ele deverá fazer caminhadas ou HIIT para a melhora dos sintomas. Mas certamente, o acompanhamento desse paciente para tirá-lo dessa crise é fundamental, e em algum do seu encontro com ele, prescreva a atividade física, e encaminhe-o para um nutricionista como duas abordagens complementares ao tratamento. 

Atualmente, saber orientar como, quando e por onde começar a fazer qualquer atividade física é importante para o médico que deseja se destacar e ser diferente dos demais. Pensando nisso, a Science Play é o lugar para você ser reconhecido internacionalmente, pois nós te oferecemos a CIMES, Certificação Internacional em Medicina do Esporte e Saúde, chancelada pelo American College of Sports Medicine, e temos como responsável técnico o maior nome do Brasil nesse sentido, Dr Paulo Muzy. 

Referências Bibliográficas

Assista ao vídeo na plataforma Science Play: O Impacto da Alimentação na Saúde Mental

The Lancet Global Health. Mental health matters. Lancet Glob Health. 2020;8(11):e1352. doi:10.1016/S2214-109X(20)30432-0

de Souza IM, Machado-de-Sousa JP. Brazil: world leader in anxiety and depression rates. Braz J Psychiatry. 2017;39(4):384. doi:10.1590/1516-4446-2017-2300

Singh B, Olds T, Curtis R, et al. Effectiveness of physical activity interventions for improving depression, anxiety and distress: an overview of systematic reviews [published online ahead of print, 2023 Feb 16]. Br J Sports Med. 2023;bjsports-2022-106195. doi:10.1136/bjsports-2022-106195

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