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Avanços na Reabilitação de Lesões Musculares

Brunno Falcão

4 min

3 de jun. de 2024

Nos últimos anos, os avanços na reabilitação de lesões musculares têm revolucionado a forma como atletas e pacientes são tratados, proporcionando uma recuperação mais rápida e eficaz . Com a integração de novas tecnologias, métodos inovadores de tratamento e abordagens personalizadas, os profissionais de saúde têm à disposição uma gama diversificada de ferramentas para promover a cura e prevenir recidivas.   Nesse contexto, as lesões musculares nos isquiotibiais são uma das ocorrências mais comuns na medicina esportiva. A reabilitação dessas lesões tem como objetivos principais recuperar o atleta ao nível funcional anterior à lesão e minimizar o risco de recidiva . Diversas intervenções são frequentemente utilizadas para atingir uma reabilitação completa, incluindo o método PRICE (Proteção, Repouso, Gelo, Compressão e Elevação) para controlar a inflamação, exercícios terapêuticos para fortalecer e restaurar a funcionalidade muscular, termofototerapia para modular a inflamação, massagem e mobilização para realinhar e aliviar a tensão dos tecidos moles, terapia manual articular e neural , e, por fim, a reabilitação funcional .   Fatores de Risco para Lesões Musculares   Os fatores de risco para lesões nos isquiotibiais são classificados em modificáveis e não modificáveis. Fatores modificáveis incluem desequilíbrios musculares , como a relação de força entre o quadríceps e os isquiotibiais, e entre os isquiotibiais dos dois lados do corpo. A fadiga muscular também é um fator significativo, pois as lesões ocorrem mais frequentemente nos estágios finais de jogos e treinamentos intensos. O déficit de flexibilidade dos isquiotibiais é outro fator considerado por alguns, embora seja contestado por outros estudos. Durante a reabilitação, é crucial que o terapeuta identifique esses fatores para um retorno eficaz do atleta ao esporte.   Por outro lado, entre os fatores não modificáveis , o histórico de lesões anteriores nos isquiotibiais é amplamente considerado o principal fator de risco. Esse histórico aumenta significativamente a probabilidade de novas lesões, destacando a importância de estratégias preventivas e de reabilitação adequadas para minimizar o risco de recorrências.   Crioterapia   A abordagem tradicional para lesões musculares agudas, conhecida pela sigla PRICE (Proteção, Repouso, Gelo, Compressão e Elevação), visa controlar a inflamação e acelerar a recuperação . A crioterapia, ou aplicação de gelo , é fundamental nesse processo, pois reduz a temperatura do tecido, diminui a perfusão sanguínea, os sinais inflamatórios e a taxa de metabolismo. Esse resfriamento do tecido é crucial para minimizar os danos secundários após o trauma inicial , aumentando a capacidade de sobrevivência do tecido afetado e acelerando a recuperação. Recomenda-se aplicar crioterapia por 20 minutos a cada duas horas durante a fase aguda das lesões musculares.   Ultrassom Terapêutico   O ultrassom terapêutico (UST) é frequentemente utilizado para tratar lesões musculoesqueléticas , com vibrações acústicas que induzem alterações celulares , aumentando a síntese proteica, proliferação de fibroblastos e angiogênese. No entanto, a eficácia do UST no reparo de lesões musculares é controversa, com alguns estudos relatando resultados positivos e outros não observando a mesma efetividade.   Laser de Baixa Intensidade   O laser de baixa intensidade (LBI) é uma ferramenta terapêutica eficaz devido à sua capacidade de penetração tecidual, sendo monocromático, coerente e colimado. Com o aumento da incidência de lesões musculares, há mais estudos sobre recursos fisioterapêuticos, entre os quais o LBI se destaca. Ele promove a produção de ATP , migração de células satélites e fibroblastos , além de favorecer a angiogênese, essenciais para a regeneração muscular e prevenção da fibrose.   Terapia Manual   A abordagem terapêutica que envolve a avaliação e o tratamento do sistema articular, neural e muscular utiliza o contato manual para estimular mecanorreceptores , gerando impulsos aferentes que causam neuromodulações no sistema nervoso central, proporcionando analgesia e melhorando a função muscular e articular.   Além disso, a mobilização neural, que inclui técnicas para mobilizar e esticar controladamente o tecido conjuntivo ao redor dos nervos e o próprio nervo, melhora a condução nervosa e a mobilidade intrínseca. Estudos relataram que a formação de tecido cicatricial após lesões musculares dos isquiotibiais pode causar déficit de mobilidade do nervo isquiático. Assim, técnicas de deslizamento neural foram eficazes para melhorar a mobilidade neural e reduzir a mecanossensibilidade em um atleta com lesão grau III dos isquiotibiais.   Prática Clínica   No consultório, o médico deve usar uma abordagem integrada e personalizada para reabilitar lesões musculares dos isquiotibiais, aplicando o método PRICE para controlar a inflamação e exercícios terapêuticos para fortalecer a musculatura. Tecnologias como ultrassom terapêutico e laser de baixa intensidade ajudam na reparação celular e prevenção de fibrose. Avaliações de disfunções articulares e neurais, com manipulações articulares e técnicas de mobilização neural, melhoram a condução nervosa e a mobilidade. Identificar fatores de risco modificáveis e não modificáveis é crucial para um plano de reabilitação eficaz, reduzindo o risco de recidivas e promovendo um retorno seguro ao esporte.   Continue Estudando...   Sugestão de estudo: Medicina Esportiva Preventiva: Estratégias para atletas amadores   Sugestão de estudo: Lesões Comuns em Diferentes Modalidades Esportivas: Prevenção e Tratamento   Sugestão de estudo: Estratégias de Prevenção de Concussões em Esportes de Contato   Referências Bibliográficas   RAMOS, Gabriel Amorim; ARLIANI, Gustavo Gonçalves; ASTUR, Diego Costa; POCHINI, Alberto de Castro; EJNISMAN, Benno; COHEN, Moisés. Rehabilitation of hamstring muscle injuries: a literature review.  Revista Brasileira de Ortopedia (English Edition) , [S.L.], v. 52, n. 1, p. 11-16, jan. 2017. Georg Thieme Verlag KG.