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Brunno Falcão

2 min

5 de jan. de 2024

O Burnout é uma síndrome psicológica na qual o indivíduo é tomado por sentimentos de esgotamento, exaustão, ineficácia e falta de realização em relação ao seu ambiente de trabalho . Recentemente, em 2022, a Organização Mundial da Saúde classificou-o como uma condição ocupacional. Tabela de conteúdo: O que é o Burnout Burnout x Alimentação Prática Clínica Referências O que é o Burnout ? O BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro) é um fator reduzido em pessoas com essa condição, assim como acontece no Alzheimer, trazendo impactos negativos para a cognição, memória e neuroplasticidade. Além disso, o estresse crônico se demonstra muito presente em pacientes com Burnout, levando o indivíduo à uma maior exposição ao cortisol. Dentre outros fatores, esse hormônio esteroide é responsável por alterar o valor de recompensa dos alimentos por meio de mediadores neuroendócrinos, trazendo com si, uma maior ingestão de alimentos hiperpalatáveis . Dessa forma, a estimulação repetitiva das vias de recompensa podem levar à adaptações neurobiológicas que promovem o comer compulsivo. Burnout x Alimentação O estresse crônico relacionado ao burnout desencadeia alterações no padrão alimentar, levando muitas vezes os indivíduos nesse estado a buscar conforto em alimentos pouco saudáveis. Essa busca por conforto contribui para escolhas alimentares inadequadas. Além disso, o desgaste emocional resulta em desequilíbrio nutricional, com potencial aumento do consumo de alimentos ricos em açúcares e gorduras saturadas. Ao mesmo tempo, neglicencia-se a ingestão de nutrientes essenciais pela condição emocional.  O burnout pode agravar esse desequilíbrio nutricional e também está associado a episódios de compulsão alimentar. Nesses episódios, a ingestão excessiva de alimentos ocorre como resposta às pressões emocionais, criando um ciclo prejudicial para a saúde. Prática Clínica Estudos evidenciaram que a ingestão de alimentos integrais com alta densidade nutricional, ricos em vitaminas e minerais, pode estar associada ao aumento dos níveis séricos de BDNF. Essas pesquisas também indicaram uma relação inversa entre a qualidade da alimentação e os sintomas dessa condição. Isso sugere que quanto mais saudável for a alimentação do indivíduo, menor será o impacto dos sintomas. Assim, o nutricionista deve adequar a dieta a um padrão mediterrâneo , com uma forte presença de vegetais, frutas, leguminosas, sementes, grãos integrais, e com baixo consumo de processados, gorduras saturadas e industrializados. Além disso, é sabido que o Burnout não é uma condição homogênea, ou seja, não existem biomarcadores específicos dos indivíduos com essa condição, sendo necessário raciocínio clínico, visto que os sintomas podem aparecer de formas diferentes e por diferentes fatores. Dessa forma, o tratamento deve ser auxiliado com psicoterapia, fármacos psiquiátricos quando necessário e afastamento do trabalho. Referências Sugestão de Estudo : Gasto Energético e a Síndrome de Burnout Miranda, M., Morici, J. F., Zanoni, M. B., & Bekinschtein, P. (2019). Brain-Derived Neurotrophic Factor: A Key Molecule for Memory in the Healthy and the Pathological Brain. Frontiers in cellular neuroscience , 13 , 363. Esquivel M. K. (2020). Nutrition Strategies for Reducing Risk of Burnout Among Physicians and Health Care Professionals . American journal of lifestyle medicine , 15 (2), 126–129. Nevanperä, N. J., Hopsu, L., Kuosma, E., Ukkola, O., Uitti, J., & Laitinen, J. H. (2012). Occupational burnout, eating behavior, and weight among working women . The American journal of clinical nutrition , 95 (4), 934–943. Classifique esse post #burnout #compulsãoalimentar #síndromepsicológica