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Consumo de N-Acetilcisteína no Ciclismo: Qual a eficácia?

Brunno Falcão

2 min

21 de set. de 2023

Para um atleta ter sucesso em modalidades em endurance é preciso ter um alto VO2 máximo, uma elevada aptidão cardiorespiratória, atividade enzimática e conteúdo de proteína mitocondrial e uma homeostase adequada do equilíbrio ácido-base muscular. Levando isso em consideração, a manipulação adequada de intensidade e volume do treinamento é fundamental para gerar adaptações e respostas ao exercício que sejam benéficas ao desempenho a longo prazo. Além disso, é importante mencionar que a utilização de suplementos dietéticos pode desempenhar um papel auxiliar na modulação das respostas ao exercício. Table of Contents Toggle Mecanismo Fisiológico da N-Acetilcisteína   N-Acetilcisteína na Literatura  Prática Clínica Referências Bibliográficas Mecanismo Fisiológico da N-Acetilcisteína  Durante uma contração muscular, são geradas espécies reativas de oxigênio (EROs). Quando a produção dessas EROs ultrapassa a capacidade de tamponamento do músculo, ocorre um acúmulo delas. O excesso de espécies reativas de oxigênio pode contribuir para o desenvolvimento de danos e fadiga muscular. Portanto, é fundamental que o músculo mantenha um equilíbrio redox ideal para a preservação do desempenho. O efeito antioxidante da n-acetilcisteína (NAC) é atribuído a eliminação direta dos EROS e pelo fornecimento de cisteína para a síntese de glutationa, mantendo o equilíbrio redox muscular. Além disso, os mecanismos propostos de ação do NAC incluem aumento da homeostase do potássio, preservação do Na+ /K +, atividade da bomba dentro do músculo esquelético e a inibição da oxidação da ATPase de cálcio no retículo sarcoplasmático.  N-Acetilcisteína na Literatura  Um estudo clínico randomizado duplo cego controlado por placebo intitulado como “N-Acetyl cysteine does not improve repeated intense endurance cycling performance of well-trained cyclists”, teve o objetivo de avaliar os efeitos do NAC em ciclistas bem treinados no desempenho de exercício intenso em endurance e na resposta fisiológica ao exercício de forma aguda e após 90 min de recuperação. O estudo teve a participação de 11 ciclistas que suplementaram 20 mg/kg de NAC ou dextrose (placebo). Foram executados dois testes de performance com duração de 4 minutos cada, separados por 90 min de descanso, um dos testes iria determinar o VO2 máximo e pico de potência. O estudo concluiu que a ingestão oral do antioxidante NAC em ciclistas bem treinados não influenciou o desempenho de resistência intensa quando o ciclismo máximo foi realizado duas vezes com intervalo de 90 minutos. Prática Clínica A literatura científica no geral é carente de dados concretos em relação às aplicações práticas da suplementação de NAC para a performance esportiva. Tendo isso em vista, estudos futuros avaliando o NAC devem se atentar em quantificar os níveis glutationa e avaliar a sua eficácia para performance. Referências Bibliográficas Sugestão de Leitura:  Creatina no Endurance: Novas Perspectivas? Artigo: CHRISTENSEN, Peter M.; BANGSBO, Jens. N-Acetyl cysteine does not improve repeated intense endurance cycling performance of well-trained cyclists. European Journal Of Applied Physiology, [S.L.], v. 119, n. 6, p. 1419-1429, 27 abr. 2019. Http://dx.doi.org/10.1007/s00421-019-04132-7. Classifique esse post #ciclistas #Nacetilcisteína