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Consumo Habitual de Cafeína e Interferência no Efeito Ergogênico

Brunno Falcão

2 min

5 de jan. de 2024

O consumo de cafeína é uma prática comum em muitas culturas, sendo ela uma substância psicoativa encontrada em café, chá, refrigerantes e produtos energéticos. Além de seus efeitos estimulantes, pesquisadores estudam sobre esse composto principalmente por seus potenciais benefícios ergogênicos, pois impactam diretamente o desempenho esportivo e a resistência física. Cerca de 80% da população mundial a ingere diariamente, sendo consumida regularmente por atletas antes de competições para melhoria do desempenho. No entanto, muitas pesquisas focam na suplementação de cafeína, ao invés da ingestão de café. Além disso, as respostas a ela são variáveis e afetadas por vários fatores, como estado de treinamento, genótipo e uso habitual de cafeína. Tabela de conteúdos: Mecanismos Fisiológicos da Cafeína Cafeína na Literatura Prática clínica Referências Bibliográficas Mecanismos Fisiológicos da Cafeína Os principais mecanismos ergogênicos da cafeína incluem antagonismo dos receptores de adenosina, aumento na liberação de neurotransmissores e melhora do desempenho neuromuscular. Estudos sugerem que a habituação à cafeína pode afetar o efeito ergogênico, embora os resultados sejam conflitantes.  Ademais, alguns estudos sugerem que a suplementação aguda de cafeína fornece benefícios ergogênicos em usuários regulares da mesma, independentemente da abstinência. Por outro lado, outros estudos mostram que não usuários de cafeína podem experimentar efeitos ergogênicos mais significativos após a ingestão do composto.  Cafeína na Literatura Um estudo duplo-cego randomizado, intitulado como “Habitual Caffeine Consumption Does Not Affect the Ergogenicity of Coffee Ingestion During a 5 km Cycling Time Trial”, teve o objetivo de avaliar se o consumo habitual interfere na ecogenicidade do suplemento, os participantes completaram um contra-relógio de ciclismo de 5 km em um cicloergômetro 60 minutos após a ingestão de café (0,09 g/kg de café, fornecendo 3 mg/kg de cafeína) ou um placebo (PLA). Os participantes foram classificados como baixos usuários (menos de 3 mg/kg/dia) ou altos usuários (mais de 6 mg/kg/dia). E ao final do estudo observaram que o consumo habitual não teve impacto significativo no desempenho, pois tanto baixos usuários como altos usuários melhoraram em magnitude semelhante após a ingestão de café. Prática clínica A pesquisa citada sugere que o café é uma fonte prática de cafeína para melhorar o desempenho de ciclistas recreativos, e o consumo habitual dela não parece influenciar negativamente seus efeitos ergogênicos. Esses resultados têm aplicações práticas para atletas, treinadores e entusiastas do esporte, oferecendo uma alternativa acessível e eficaz para melhorar o desempenho em competições de curta duração. E a ingestão de café contendo 3 mg/kg de cafeína antes do exercício é uma estratégia eficaz, independentemente do nível de consumo habitual da mesma. Continue Estudando... Sugestão de estudo: Cafeína Sugestão de estudo: Cafeína nos energéticos é um risco para a saúde? Sugestão de estudo: Creatina e cafeína: uma atrapalha a outra? Referências Bibliográficas CLARKE, Neil D.; RICHARDSON, Darren L.. Habitual Caffeine Consumption Does Not Affect the Ergogenicity of Coffee Ingestion During a 5 km Cycling Time Trial. International Journal Of Sport Nutrition And Exercise Metabolism , [S.L.], v. 31, n. 1, p. 13-20, 1 jan. 2021. Human Kinetics.