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Creatina na Saúde Mental da Mulher

Brunno Falcão

2 min

20 de nov. de 2023

As taxas de depressão são duas vezes maiores entre mulheres do que homens. Isso se deve aos marcos hormonais na vida feminina. A literatura relata que as taxas de depressão aumentam durante a puberdade, fase lútea, após a gravidez e durante a perimenopausa. Embora os hormônios estejam envolvidos, a sensibilidade do cérebro a eles também é crucial. Por conseguinte, a trajetória não depende apenas da quantidade de estrogênio e progesterona. Além disso, os níveis de creatina também podem estar relacionados a essa dinâmica. Embora os hormônios influenciem, a sensibilidade cerebral é crucial na depressão, sugerindo uma ligação além da quantidade de estrogênio e progesterona. Table of Contents Creatina e Depressão  Creatina, Cognição e Sono Prática Clínica Referências Bibliográficas  Creatina e Depressão  Na literatura, sugere-se que o sistema creatina-fosfocreatina influencie a eficiente neurotransmissão de metabólitos que afetam o humor. Além disso, seus níveis relacionam-se positivamente com dopamina e metabólitos de serotonina no líquido cefalorraquidiano. Sendo que a gravidade de um episódio depressivo foi inversamente ligada à creatina da substância branca e às concentrações de fosfocreatina no cérebro, sugerindo uma relação entre o metabolismo da creatina cerebral e a depressão. Além disso, evidências clínicas e pré-clínicas relataram efeitos positivos da suplementação de creatina no humor, restaurando os níveis de energia cerebral e a homeostase. A bioenergética cerebral alterada e a disfunção mitocondrial, melhoradas com a suplementação, têm sido associadas à depressão, especialmente no que se refere à creatina quinase, trifosfato de adenosina (ATP) e fosfato inorgânico. Posto isso, também é importante salientar que a suplementação contribui com o tratamento antidepressivo por acelerar o mecanismo de ação dos fármacos. Creatina, Cognição e Sono A atividade cerebral reduz rapidamente os níveis de fosfocreatina para manter o ATP. Em momentos de estresse mental intenso, a demanda de fosfocreatina pode prejudicar o turnover de ATP. As concentrações cerebrais de creatina variam com a idade, estilo de vida, dieta e outros fatores. Suplementar creatina apoia a ressíntese neural de ATP, beneficiando funções cognitivas como cognição, atenção e memória. Resultados indicam declínio cognitivo em distúrbios do sono, especialmente para mulheres na fase folicular, com baixos níveis de estrogênio, quando a creatina quinase é mais baixa. A pesquisa sugere que a suplementação de creatina durante o ciclo menstrual pode mitigar efeitos adversos na cognição e no sono, os quais são ainda mais úteis em períodos de estresse e privação de sono. Prática Clínica As mudanças na homeostase da creatina ao longo do ciclo de vida, especialmente em relação ao estrogênio, sugerem benefícios potenciais da suplementação de creatina para mulheres. Uma fase de carga de 15 a 20 g/dia por 3 a 7 dias, seguida por 5 a 10 g diariamente, otimiza a saturação do tecido cerebral. Sendo que a absorção máxima ocorre com a ingestão na forma de solução, em comparação com cápsulas, pastilhas ou carne. Para efeitos no humor e cognição, “doses de ataque” (altas) ou 5 g diariamente por 4 semanas são recomendadas. Continue Estudando... Sugestão de estudo: Creatina: Intestino e Cérebro Sugestão de estudo: Diuréticos e Creatina: Há interação droga-nutriente? Sugestão de estudo: Suplementação de Creatina na Saúde da Mulher Referências Bibliográficas  Smith-Ryan AE, Cabre HE, Eckerson JM, Candow DG. Creatine Supplementation in Women’s Health: A Lifespan Perspective . Nutrients , [S.L.], v. 13, n. 3, p. 877, 8 mar. 2021. MDPI AG.