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Ferritina e Inflamação: Qual a relação?

Brunno Falcão

3 min

7 de jun. de 2023

A compreensão da biologia da ferritina tem se concentrado tradicionalmente em seu papel no armazenamento e na homeostase do ferro, sendo que baixos níveis de ferritina indicam deficiência, enquanto altos níveis podem indicar hemocromatose primária ou secundária. No entanto, estudos recentes têm mostrado que o ferro, a biologia redox e a inflamação estão ligados. Durante uma infecção, os níveis elevados de ferritina representam um importante mecanismo de defesa do organismo, privando o crescimento bacteriano de ferro e protegendo a função das células imunológicas. Além disso, a ferritina pode ser protetora, limitando a produção de radicais livres e medindo a imunomodulação.  Table of Contents Toggle Ferritinemia e Inflamação  Ferritina como Biomarcador de Saúde Prática Clínica  Referências Bibliográficas  Ferritinemia e Inflamação  A hiperferritinemia é um importante marcador de fase aguda, utilizado pelos médicos como indicação para intervenção terapêutica, visando controlar a inflamação em pacientes de alto risco. Uma linha de pensamento sustenta que a hiperferritinemia é um marcador da inflamação descontrolada que pode ser usado para avaliar a eficácia da intervenção. Outras correntes defendem que a indução de ferritina poderia ser um mecanismo protetor de retroalimentação negativa. Outros acreditam que se trata de um mediador-chave da desregulação imunológica, especialmente em casos de hiperferritinemia extrema, por meio de efeitos imunossupressores e pró-inflamatórios diretos. Há uma clara necessidade de investigação mais aprofundada do papel da ferritina em condições inflamatórias descontroladas, tanto como biomarcador quanto como mediadora da doença, uma vez que sua ocorrência identifica pacientes com alto risco de mortalidade e sua resolução prevê uma melhora em sua sobrevida. Ferritina como Biomarcador de Saúde A regulação dinâmica da ferritina durante o metabolismo normal do ferro é um mecanismo regulatório essencial do hospedeiro. Pesquisas adicionais sobre distúrbios inflamatórios primários sugerem que, além de seu papel homeostático, esta é um marcador-chave e um agente patogênico na inflamação, por meio de seu sinalizador como parte da resposta imune inata e da modulação da função dos linfócitos. A prática clínica apoia esse papel, uma vez que a ferritina pode ser utilizada como biomarcador do progresso e prognóstico da doença, além de ser um alvo para intervenção terapêutica. No entanto, o mecanismo preciso pelo qual a ferritina contribui para doenças como sepse, doenças reumatológicas, distúrbios imunológicos e malignidades ainda é desconhecido. Diante disso, compreender a relação entre a inflamação e a ferritina revelou perspectivas sobre o papel da ferritina além do armazenamento de ferro. A hiperferritinemia, tanto como biomarcador quanto como mediadora da inflamação descontrolada, possui implicações significativas para os resultados dos pacientes. Pesquisas adicionais são cruciais para desvendar os mecanismos precisos pelos quais a ferritina impacta as condições inflamatórias, abrindo caminho para novas estratégias terapêuticas. Prática Clínica  A ferritina desempenha um papel importante como biomarcador e alvo terapêutico em condições inflamatórias. É possível utilizar os níveis de ferritina como uma ferramenta para monitorar a progressão da doença e prognóstico, permitindo uma avaliação mais precisa do estado inflamatório do paciente. Além disso, a hiperferritinemia pode ser utilizada como um critério para intervenção terapêutica, visando controlar a inflamação em pacientes de alto risco. A compreensão do papel da ferritina na prática clínica é fundamental para o manejo adequado de pacientes com condições inflamatórias, permitindo uma abordagem mais personalizada e eficaz no tratamento e monitoramento dessas doenças. Referências Bibliográficas  Sugestão de estudo: Papel do ferro no aprendizado e na memória  Assista o vídeo na Science Play com Louis Marcondes: Obesidade e a inflamação induzida pela dieta Kernan KF, Carcillo JA. Hyperferritinemia and inflammation. Int Immunol. 2017;29(9):401-409. doi:10.1093/intimm/dxx031 Classifique esse post #exameslaboratoriais #ferritina #hiperferritinemia