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O Papel dos Óleos Essenciais no Alívio da Dor do Câncer

Brunno Falcão

4 min

11 de ago. de 2024

O termo "dor do câncer" descreve melhor a natureza complexa e multifacetada da dor associada à doença, pois abrange aspectos físicos, psicossociais e de qualidade de vida. Essa dor frequentemente ocorre simultaneamente com outros sintomas relacionados ao câncer, como ansiedade, depressão e distúrbios do sono. A dor do câncer, agravada pelos tratamentos cirúrgicos e quimioterápicos, bem como pelas características específicas do tumor, é uma questão urgente. Isso se deve à sua estreita ligação com a redução da qualidade de vida e ao número crescente de pacientes afetados pela doença. Persistência e Características da Dor Crônica do Câncer A dor do câncer é frequentemente persistente e crônica. Esta dor crônica, muitas vezes incluindo características inflamatórias e neuropáticas, é uma das razões mais comuns para a observação clínica. Ela abrange síndromes relacionadas a tratamentos cirúrgicos, quimioterapia, radioterapia e terapia hormonal. De fato, a dor neuropática, decorrente de lesão ou doença do sistema somatossensorial, pode ocorrer após procedimentos cirúrgicos, lesões, acidentes vasculares cerebrais e também neuropatias e cefaleias resultantes de tratamentos quimioterápicos. Um exemplo é a neuropatia periférica induzida por quimioterapia (NIPC), que é frequentemente sub-reconhecida e sub-tratada. Desafios no Tratamento da Dor Crônica em Pacientes Idosos O tratamento da dor crônica em pacientes idosos é ainda mais complicado pela falta de informações sobre o uso apropriado e a dosagem de analgésicos. Isso ocorre devido à exclusão desses pacientes de ensaios clínicos, especialmente para tratamentos anti-enxaqueca. Além disso, a polifarmácia e as diferenças fisiológicas entre os idosos agravam esses desafios. Essa exclusão resulta na prática de deixar pacientes idosos fora dos estudos clínicos. Nesse contexto, o uso de óleos essenciais com propriedades analgésicas comprovadas pode ser uma opção mais segura dentro da medicina integrativa em oncologia. Aromaterapia no Cuidado Oncológico: Benefícios para o Bem-Estar e Alívio de Sintomas Diversas pesquisas têm explorado o uso da aromaterapia em pacientes com câncer, destacando seus potenciais benefícios para o bem-estar e a redução de sintomas associados ao tratamento oncológico. Em pacientes com leucemia mieloide aguda submetidos à quimioterapia, por exemplo, a aromaterapia com lavanda, hortelã-pimenta e camomila demonstrou melhorias significativas no cansaço, sonolência, falta de apetite, depressão, ansiedade e bem-estar geral. No entanto, não houve uma redução significativa na dor. Além disso, na perioperatória de mulheres submetidas a cirurgias de câncer de mama, a combinação de aromaterapia com musicoterapia mostrou-se mais eficaz na redução dos níveis de dor e ansiedade após a cirurgia, superando a aromaterapia isolada. Esta combinação também foi associada à redução do nível de IL-6, um marcador inflamatório. Durante procedimentos invasivos, como a inserção de cateter de porta em pacientes com câncer, a aromaterapia inalatória utilizando uma mistura de óleos de laranja, camomila e lavanda diluídos em água destilada demonstrou uma redução estatisticamente significativa na dor durante e após o procedimento, em comparação ao grupo controle. Ademais, o efeito do óleo de lavanda foi avaliado em mulheres submetidas à reconstrução microvascular da mama devido ao câncer de mama. Aplicado nos pulsos e têmporas durante o procedimento cirúrgico, o óleo de lavanda não teve um impacto significativo na redução da dor, embora não tenham sido observados eventos adversos ou complicações. Portanto, a aromaterapia pode ser uma ferramenta útil para melhorar certos aspectos do bem-estar de pacientes oncológicos, especialmente no alívio de sintomas como ansiedade, depressão e desconforto geral. No entanto, a eficácia da aromaterapia pode variar dependendo do contexto e da combinação com outras terapias. Prática clínica Mais de 80% dos pacientes com câncer enfrentam dor intensa, os estudos abrangentes sobre o uso de óleos essenciais para tratá-la são escassos. Embora haja indícios de que esses óleos possam melhorar o bem-estar e a qualidade do sono, sua eficácia na redução da dor ainda não está bem estabelecida devido a métodos de avaliação inadequados e amostras pequenas. Portanto, é necessário mais pesquisas para validar o uso seguro e eficaz desses tratamentos. Médicos e nutricionistas devem informar os pacientes sobre os potenciais benefícios e limitações dos óleos essenciais, destacando que eles não devem substituir os tratamentos médicos tradicionais, mas sim complementá-los. A aromaterapia pode ser útil para melhorar o conforto e reduzir sintomas como ansiedade, depressão e problemas de sono. No entanto, é crucial monitorar o uso desses óleos para garantir que não interfiram nos tratamentos convencionais. Encorajar a comunicação aberta entre pacientes e a equipe médica é fundamental para integrar tratamentos complementares de maneira segura e eficaz. Além disso, deve-se enfatizar a importância de utilizar produtos de alta qualidade e educar os pacientes sobre o uso correto dos óleos essenciais para maximizar os benefícios e minimizar os riscos. Continue estudando... Sugestão de estudo:   Quais efeitos dos óleos essenciais na saúde humana? Sugestão de estudo:   Qual tipo de óleo escolher? Sugestão de estudo:   Fitoquímicos no Combate ao Câncer Referências  CORASANITI, Maria Tiziana; BAGETTA, Giacinto; MORRONE, Luigi Antonio; TONIN, Paolo; HAMAMURA, Kengo; HAYASHI, Takafumi; GUIDA, Francesca; MAIONE, Sabatino; SCUTERI, Damiana. Efficacy of Essential Oils in Relieving Cancer Pain: a systematic review and meta-analysis.  International Journal Of Molecular Sciences , [S.L.], v. 24, n. 8, p. 7085, 11 abr. 2023. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/ijms24087085 .