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Kisspeptina e suas ações terapêuticas no processo reprodutivo

Brunno Falcão

2 min

26 de jul. de 2023

A kisspeptina é um neuropeptídeo hipotalâmico que desempenha um papel fundamental na regulação do sistema reprodutivo. Atuando por meio do hipotálamo, essa proteína estimula a secreção do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) hipotalâmico e a subsequente liberação de gonadotrofinas. Em condições normais, atua modulando a ovulação em mulheres saudáveis. No entanto, a expressão hipotalâmica da kisspeptina é reduzida em diversos distúrbios funcionais do sistema reprodutivo.  Table of Contents Toggle Kisspeptina e Reprodução Humana Prática Clínica  Referências Bibliográficas  Kisspeptina e Reprodução Humana Estudos recentes têm demonstrado que a kisspeptina pode induzir uma maturação oocitária mais fisiológica durante o tratamento de fertilização in vitro. Isso reduz o risco de complicações potencialmente graves, como a síndrome de hiperestimulação ovariana, observada com o uso do hormônio gonadotrofina coriônica humana. Esses avanços são promissores para melhorar a eficácia e a segurança dos tratamentos de fertilidade, oferecendo uma opção terapêutica mais segura e eficaz. Além de seu papel na fertilidade, a kisspeptina também apresenta potenciais efeitos terapêuticos em outros distúrbios reprodutivos. O uso crônico da kisspeptina pode ajudar a restaurar a saúde reprodutiva em mulheres com amenorreia hipotalâmica, um distúrbio caracterizado pela ausência de menstruação devido a problemas no hipotálamo. Em homens saudáveis, a kisspeptina pode ser uma opção de tratamento para distúrbios de libido, melhorando a função sexual. Além disso, a kisspeptina também pode ter indicações promissoras no tratamento da síndrome dos ovários policísticos, osteoporose e doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica. No entanto, é importante destacar que mais pesquisas são necessárias para entender completamente o potencial terapêutico da kisspeptina nessas condições. Para superar desafios farmacológicos associados às formas naturais da kisspeptina, como a curta duração de ação e o desenvolvimento de taquifilaxia, foram desenvolvidos análogos da kisspeptina. Esses análogos podem ter uma duração de ação mais prolongada e uma eficácia terapêutica aprimorada, oferecendo opções mais viáveis para a aplicação clínica da kisspeptina. A kisspeptina emerge como uma abordagem terapêutica promissora para uma variedade de distúrbios reprodutivos. Seu papel na regulação da puberdade, ovulação e função reprodutiva geral sugere seu potencial em melhorar os tratamentos de fertilidade e tratar distúrbios relacionados à reprodução. Com avanços contínuos na pesquisa e desenvolvimento de análogos, a kisspeptina pode oferecer novas esperanças para pacientes com problemas reprodutivos, proporcionando opções terapêuticas mais seguras e eficazes no futuro. Prática Clínica  A aplicação clínica da kisspeptina ainda está em estágios iniciais, mas tem despertado interesse. Atualmente, estudos clínicos estão sendo conduzidos para avaliar a eficácia e a segurança do uso da kisspeptina em pacientes com diferentes distúrbios reprodutivos. Essa pesquisa clínica visa estabelecer protocolos adequados de dosagem, duração do tratamento e identificar os pacientes que mais se beneficiaram com a terapia com kisspeptina. Embora ainda haja muito a ser explorado, a perspectiva de poder oferecer uma abordagem terapêutica inovadora e direcionada para distúrbios reprodutivos é promissora e pode abrir novas possibilidades na prática clínica no futuro. Referências Bibliográficas  Sugestão de estudo: Criando protocolos para fertilidade do zero Assista o vídeo na Science Play com: Ciclo circadiano e fertilidade: Qual a relação? Artigo: Kisspeptina – Tsoutsouki J, Abbara A, Dhillo W. Novel therapeutic avenues for kisspeptin. Curr Opin Pharmacol. 2022;67:102319. doi:10.1016/j.coph.2022.102319 Classifique esse post #fertilidade #kisspeptina #reprodução