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Manejo Nutricional na Dispepsia Funcional

Brunno Falcão

2 min

19 de abr. de 2023

A dispepsia funcional (DF) é um distúrbio que afeta cerca de 7% da população. Essa é uma doença comumente tratada na atenção primária dos serviços de saúde e pode ser caracterizada como uma interação entre o intestino e o cérebro. Apesar da sua fisiopatologia ainda não ser bem estabelecida, elaboramos aqui tudo o que você precisa para realizar o melhor manejo nutricional na dispepsia funcional em seus pacientes a nível ambulatorial.   Table of Contents Toggle Sintomas e fatores associados  Fisiopatologia da Dispepsia Funcional Manejo Nutricional da Dispepsia Funcional Prática Clínica Referências Bibliográficas Sintomas e fatores associados  Inicialmente, a sintomatologia clássica dessa disfunção está relacionada com a sensação de queimação epigástrica e também a  saciedade precoce, além de plenitude pós-prandial. Associado a isso, a progressão da doença é multifatorial e pode estar relacionada a fatores como a dieta, estresse, as respostas cognitivas e comportamentais, além das emoções.  Fisiopatologia da Dispepsia Funcional Para que o manejo da DF seja adequado, entender a fisiopatologia é primordial. Assim, os pacientes que apresentam a DF possuem anormalidades na motilidade gástrica, incluindo um esvaziamento gástrico prejudicado e retardado, em conjunto com uma e acomodação fúngica estomacal incorreta. Paralelo a isso, ocorre uma maior sensibilidade visceral aos estímulos físicos e químicos promovidos pelos alimentos, dificultando o processamento do sistema nervoso central. Assim, a psicopatologia é a base dessa disfunção. Logo, a função imunológica provoca muitas alterações no microbioma gástrico e também do intestino delgado, aumentando a permeabilidade epitelial gerando anormalidades e os sintomas dispépticos.  Manejo Nutricional da Dispepsia Funcional Logo, as condutas nutricionais na dispepsia funcional são voltadas principalmente para recuperação do microbioma gástrico e também esofágico que estão desregulados. Assim, restaurar a atividade neuronal, bem como a motilidade e promover a redução da inflamação é uma prioridade de tratamento. No que diz respeito a inflamação estudos demonstram que reduzir os níveis de linfócitos T CD4+α4β7+CCR9+ do intestino delgado e também os níveis de citocinas do intestino delgado, promove um melhor e mais retardado esvaziamento gástrico e a consequente melhora dos sintomas.  Prática Clínica Como recomendações, a não ingestão de alimentos gordurosos, álcool, café, carnes vermelhas, condimentos, refrigerantes e alimentos ultraprocessados com potencial de irritar a mucosa gástrica. Vale salientar que os sintomas não são comuns em todas as pessoas e a variabilidade é comum entre os alimentos. Além disso, a avaliação laboratorial é importante com a solicitação e análise  do hemograma que pode apresentar algumas alterações. Além disso, a investigação da presença pela sorologia de doença celíaca ou da síndrome do intestino curto, pois a dispepsia funcional é mais presente nos portadores destas doenças.  Referências Bibliográficas Artigo: manejo da dispepsia funcional Black CJ , Paine PA , Agrawal A , e outros Diretrizes da Sociedade Britânica de Gastroenterologia sobre o manejo da dispepsia funcionalIntestino 2022; 71: 1697-1723. Leia mais sobre o tema: Descubra a relação da nutrição com o refluxo gastroesofágico Classifique esse post #dispepsiafuncional