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  • Foto do escritorKcal da Science Play

O Impacto da Alimentação Moderna na Saúde Mental e Psicopatologias

Evidências consistentes sugerem uma associação entre a qualidade da dieta e a saúde mental, independentemente da região demográfica e do estilo de vida. Alguns dos principais mecanismos relacionados aos distúrbios mentais incluem epigenética, inflamação, estresse oxidativo, microbiota intestinal e neuroplasticidade. 


Estudos mostram que, de 1910 a 2000, ocorreram dois fenômenos concomitantes: um aumento na ingestão calórica e uma diminuição no gasto energético. Com isso, houve uma demonização dos macronutrientes, especialmente carboidratos e gorduras. No entanto, na alimentação moderna, produtos com alta densidade energética são consumidos em pequenas quantidades, o que, aliado à palatabilidade desses alimentos, oferece uma recompensa significativa ao Sistema Nervoso.


Saúde Mental x Microbiota


O pesquisador John Cryan, reconhecido por suas publicações sobre microbiota intestinal, destaca a importância dos alimentos de origem vegetal e ricos em fibras, em detrimento dos suplementos, para manter um intestino saudável. Flavonoides, não flavonoides e polifenóis oferecem diversos benefícios, como a inibição de fatores associados ao crescimento e proliferação celular e à inflamação. No entanto, é fundamental entender que esses componentes contribuem para a proteção, mas não são responsáveis por corrigir o problema.


A análise das evidências científicas sugere que indivíduos com desordens psiquiátricas possuem uma microbiota menos diversa em comparação ao grupo controle. Para garantir a diversidade intestinal, uma dieta não monótona é essencial. O ambiente em que estamos inseridos também exerce uma influência significativa sobre nossos hábitos alimentares, como evidenciado pelo aumento no consumo de alimentos via aplicativos de entrega, como o Ifood.


Diabetes Gestacional


Além disso, a diabetes gestacional afeta um grande número de gestantes em todo o mundo, com implicações na saúde neonatal. Mudanças no estilo de vida são fundamentais para lidar com essa condição. Dessa forma, projeções recentes indicam um aumento alarmante nas taxas de sobrepeso, obesidade e riscos de doenças crônicas não transmissíveis, como depressão e diabetes tipo 2, o que reforça a importância de uma abordagem holística para a saúde, focada em estilo de vida e alimentação.


Previsão Alarmante: Obesidade e Saúde


O Atlas Mundial da Obesidade da WOF, em 2024, lançou uma projeção alarmante: nos próximos 12 anos, estima-se que 54% dos adultos no Brasil estarão em sobrepeso e/ou obesidade. Além disso, uma análise da Federação Mundial de Obesidade do IHME projeta um aumento considerável no número de crianças em risco de DCNTs devido ao IMC elevado. 


Há uma associação significativa entre diabetes tipo 2 e depressão, com o risco sendo duplicado em comparação com a população geral. Mecanismos como a diminuição da neurogênese no hipocampo e a desregulação do eixo HPA no hipotálamo e das glândulas adrenais, resultando em um aumento significativo de cortisol, estão envolvidos nesse fenômeno. Crianças obesas têm 51% mais chances de desenvolver depressão em comparação com seus pares eutróficos. Embora a depressão não seja preditiva do excesso de peso ao longo do tempo, ela aumenta o risco de desenvolver obesidade. Esses dados destacam a importância do estilo de vida e da alimentação na prevenção de DCNTs, tornando crucial que os profissionais de saúde abordem mais do que apenas micro e macronutrientes em suas práticas.


Prática Clínica


O profissional deve considerar a relação entre qualidade da dieta e saúde mental, abordando fatores como inflamação, microbiota intestinal e neuroplasticidade. Destaca-se a importância de uma alimentação equilibrada para prevenir doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes gestacional e obesidade, que estão associadas à saúde mental. O aumento preocupante nas taxas de sobrepeso e obesidade reforça a necessidade de uma abordagem holística, considerando não apenas os nutrientes, mas também o estilo de vida e os hábitos alimentares dos pacientes.


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Sugestão de estudo: Saúde Mental



Referências Bibliográficas


Blüher, M. (2019). Obesity: global epidemiology and pathogenesis. Nature Reviews Endocrinology, 15(5), 288-298.

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