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  • Foto do escritorKcal da Science Play

O Potencial das Plantas Medicinais na Modulação do Sistema Imunológico

O sistema imunológico, um complexo conjunto de órgãos, células e moléculas, desempenha um papel crucial na manutenção da saúde e na defesa do organismo contra agentes invasores. A modulação desse sistema, seja para fortalecer a imunidade ou para controlar respostas imunes indesejadas, tem sido objeto de intenso interesse científico. Nos últimos anos, o foco em substâncias naturais, como as encontradas em plantas medicinais, tem aumentado, devido ao seu potencial para modular o sistema imunológico de forma eficaz e segura. A seguir, vejamos um pouco mais a respeito desse tema.


Imunomodulação por Diferentes Contextos


A imunomodulação proporcionada por derivados vegetais tem sido extensivamente investigada, destacando-se principalmente sua capacidade imunoestimulante. Diversos extratos, compostos e formulações têm sido patenteados, evidenciando a vasta gama de agentes imunomoduladores de origem natural. Enquanto alguns atuam como imunoestimulantes, outros apresentam propriedades imunossupressoras, oferecendo uma gama diversificada de opções terapêuticas.


Uma ampla variedade de famílias botânicas tem sido identificada como fonte de compostos com atividade imunoestimulante. Destacam-se as famílias Euphorbiaceae, Fabaceae, Moraceae e Rubiaceae, entre outras. Além das plantas mencionadas, outras têm sido amplamente estudadas ao longo dos anos, como Tinospora cordifolia, Panax ginseng, Ocimum sanctum, Phyllanthus niruri, Crossandra infundibuliformis e Mentha piperita.


Fitoterapia e Sistema Imunológico


Algumas plantas medicinais, como Eleutherine americana, Quillaja saponaria e Trigonella foenum graecum, têm sido utilizadas tradicionalmente em diversas culturas devido às suas propriedades imunomoduladoras. Exemplos notáveis incluem o Esberitox®N, um fitoterápico que demonstrou eficácia e segurança no fortalecimento do sistema imunológico, sendo utilizado no tratamento de sintomas do resfriado comum e como terapia coadjuvante durante antibioticoterapia.


No que diz respeito aos compostos ativos, polissacarídeos e flavonoides têm se destacado como importantes moduladores do sistema imunológico. Polissacarídeos têm demonstrado capacidade de regular a função dos macrófagos, ativar o sistema complementar e estimular tanto a imunidade humoral quanto a celular. Da mesma forma, os flavonoides têm sido reconhecidos por suas atividades imunoestimulantes.


Em suma, as plantas medicinais representam uma vasta fonte de compostos com potencial imunomodulador. Seu uso tradicional e os crescentes estudos científicos reforçam sua relevância como alternativa terapêutica no fortalecimento do sistema imunológico e no tratamento de diversas condições de saúde. No entanto, é importante continuar investigando e compreendendo melhor os mecanismos de ação dessas plantas para otimizar seu uso clínico e garantir sua segurança e eficácia.


Prática Clínica 


No Brasil, a regulamentação sobre a prescrição de fitoterápicos sem habilitação específica em fitoterapia é definida pela legislação vigente, especialmente pela Resolução CFN nº 464/2010 do Conselho Federal de Nutricionistas e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).


Fitoterápicos permitidos para prescrição por nutricionistas sem habilitação em fitoterapia geralmente incluem produtos registrados na ANVISA como alimentos ou suplementos alimentares, desde que sua composição e indicação de uso estejam de acordo com os padrões estabelecidos pela agência reguladora.


Exemplos de fitoterápicos permitidos para prescrição por nutricionistas sem habilitação específica em fitoterapia incluem:


1. Chás e infusões de plantas como camomila, hortelã, boldo, erva-cidreira, entre outros, desde que sejam comercializados como alimentos ou suplementos alimentares e não como medicamentos.


2. Suplementos nutricionais que contenham extratos vegetais reconhecidos como seguros e comumente utilizados na prática clínica, como extrato de ginkgo biloba, extrato de alcachofra, extrato de ginseng, entre outros.


Exemplos de fitoterápicos não permitidos para prescrição por nutricionistas sem habilitação específica em fitoterapia incluem:


1. Produtos fitoterápicos registrados como medicamentos, como tinturas, cápsulas ou comprimidos contendo extratos padronizados de plantas medicinais, destinados ao tratamento de condições específicas de saúde, como problemas gastrointestinais, distúrbios do sono, ansiedade, entre outros.


2. Formulações fitoterápicas que contenham substâncias de origem vegetal com potencial terapêutico reconhecido, mas que são comercializadas como medicamentos sujeitos a prescrição médica, como a valeriana, a passiflora, o hipérico, entre outros.


Continue Estudando…


Sugestão de leitura: Fitoterápicos




Referências Bibliográficas


Rolim Neto, P. J. (2015). Plantas medicinais como alternativa terapêutica para aumento da resistência imunológica. Revista Ciência Farmacêutica Básica e Aplicada, 36(1), 27-33. ISSN 1808-4532.

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