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Brunno Falcão

2 min

29 de set. de 2023

Uma a cada 10 pessoas sofrem de dispepsia funcional (DF), uma síndrome clínica que, de acordo com os critérios de Roma III, possui definição baseada na presença de um ou mais dos quatro sintomas gastroduodenais cardinais, nomeados: dor epigástrica, queimação, plenitude pós-prandial e saciedade precoce (incapacidade de terminar uma refeição de tamanho normal).  Table of Contents Toggle Diagnóstico da Dispepsia Funcional Existe diferença entre SDP e SDE? Quais as principais causas da dispepsia? Prática Clínica Referências Bibliográficas Diagnóstico da Dispepsia Funcional Os sintomas devem estar presentes nos últimos 3 meses e são crônicos, com pelo menos, 6 meses de duração. Por serem sintomas muito comuns, são razões frequentes para a busca de um médico, entretanto investigações estruturais, incluindo endoscopia, geralmente falham em identificar e logo esses pacientes são rotulados como portadores de Dispepsia Funcional, sem diferenciação entre outras síndromes com sintomas parecidos. Existe diferença entre SDP e SDE? A síndrome do desconforto pós-prandial (SDP), compreendendo saciedade precoce e/ou plenitude pós-prandial, e a síndrome da dor epigástrica (SDE), estão cada vez mais aceitas como entidades clínicas válidas. Apesar de ambas aparecerem como sintomas na dispepsia funcional, estudos epidemiológicos comprovaram que são síndromes diferentes.  Em grupos populacionais de estudos nos Estados Unidos e Europa, a SPD foi mais prevalente que a SDE. Os fatores de risco ainda necessitam ser caracterizados, porém estudos apontam ansiedade, uso de anti-inflamatórios não esteroides e o tabagismo como possíveis causas, dependendo do grupo de estudo. Como diferenças dietéticas podem afetar a microbiota intestinal e, por sua vez, modular qualquer processo inflamatório que possa levar à dispepsia funcional, torna-se mais difícil apontar com certeza algum fator de risco. Quais as principais causas da dispepsia? As causas da DF ainda precisam ser completamente estabelecidas. No entanto, dados acumulados sugerem que fatores biológicos, como genética e a quantidade de citocinas (como TNF-α), podem influenciar, assim como a presença de fatores psicológicos, como ansiedade e depressão, fatores ambientais, como a qualidade da dieta, e fatores fisiológicos, como sensibilidade duodenal e a produção de ácidos através da infusão. Prática Clínica O diagnóstico da dispepsia funcional continua a ser de exclusão e história clínica. Após a aparição dos sintomas, é recomendado a endoscopia para excluir a possibilidade de esofagite, úlcera péptica ou câncer. Uma vez firmado o diagnóstico certeiro de DF, é clinicamente útil dividir o paciente em SDP e SDE para planejamento do tratamento.  Além disso, devem ser informados que essa não é uma condição que está associada ao aumento da mortalidade. O nutricionista deve ajustar a alimentação para que os pacientes fracionem suas refeições com menor volume de alimentos e com baixa ingestão de gordura, uma vez que esse macronutriente retarda o processo digestivo.  Para pacientes jovens e sem sintomas alarmantes, deve-se tentar o tratamento da bactéria H.pylori juntamente com um médico. Intervenções psicológicas formais devem ser consideradas em caso de resistência dos sintomas. Referências Bibliográficas Sugestão de Leitura:  Dieta Nas Doenças Gastrointestinais Artigo: TALLEY, Nicholas J.. Functional dyspepsia: new insights into pathogenesis and therapy. The Korean Journal Of Internal Medicine, [S.L.], v. 31, n. 3, p. 444-456, 1 maio 2016. Korean Association of Internal Medicine.  Classifique esse post #dispepsia #dispepsiafuncional