Overtraining e os Distúrbios no Músculo Esquelético
Brunno Falcão
2 min
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12 de dez. de 2023
O treinamento físico provou ser uma ferramenta poderosa para estimular diversas adaptações fisiológicas e metabólicas. Essas adaptações vão desde o aumento da resistência devido à biogênese mitocondrial e angiogênese , ao aumento da força da hipertrofia no músculo esquelético. Embora o exercício seja necessário para desencadear e estimular as adaptações musculares, o período de recuperação pós-exercício é igualmente crítico para fornecer tempo suficiente para ocorrerem adaptações metabólicas e estruturais no músculo. O desequilíbrio entre a fadiga induzida por treinamentos e competições intensas em concomitância de períodos inadequados de recuperação pós-exercício pode levar a um declínio no desempenho físico. Os períodos prolongados desse desequilíbrio entre fadiga e recuperação podem eventualmente levar a períodos prolongados de comprometimento do desempenho, esse declínio de desempenho a longo prazo é denominado como a síndrome do overtraining. Table of Contents Toggle Conceito de Overtraining Como o overtraining afeta o músculo esquelético? Prática Clínica Referências Bibliográficas Conceito de Overtraining A síndrome do overtraining é uma condição caracterizada por um decréscimo de desempenho a longo prazo, que ocorre após um desequilíbrio persistente entre carga e recuperação relacionadas ao treinamento. A prevalência de overtraining é geralmente maior em esportes de endurance que exigem alto volume e treinamento intenso recorrente, como natação, triatlo, ciclismo de estrada e remo. As manifestações clínicas como, fadiga generalizada, insônia, alteração do apetite, irritabilidade, perda de motivação e falta de concentração, podem ser úteis na identificação de um atleta com a síndrome de overtraining. Os mecanismos pautados para explicar a síndrome de overtraining, podem ser centrais (psicológicos/neurológicos) ou periféricos (musculares). Como o overtraining afeta o músculo esquelético? Os mecanismos em que a síndrome do overtraining afeta o músculo incluem: a depleção de glicogênio acarretado pelo treinamento excessivo; dano muscular crônico caracterizado pela perda de força muscular, inchaço, ruptura miofibrilar ultraestrutural e efluxo excessivo de creatina quinase ; acoplamento reduzido de excitação-contração; inflamação crônica e sinalização excessiva de citocinas como TNF-α, TGF-β1, IFNγ, IL-10 e IL-6; disfunção mitocondrial e sinalização aumentada de espécies reativas de oxigênio que desencadeiam o estresse oxidativo. Prática Clínica As medidas sugeridas para prevenir o overtraining incluem minimizar aumentos abruptos nas cargas de treinamento, monitorar ingestão alimentar inadequada, individualizar e periodizar os planos de treinamento, bem como permitir recuperação pós-exercício adequada e dias de descanso no programa de treinamento/competição. Referências Bibliográficas Sugestão de Leitura: O exercício físico deixa mais criativo? Artigo: CHENG, Arthur J.; JUDE, Baptiste; LANNER, Johanna T.. Intramuscular mechanisms of overtraining. Redox Biology, [S.L.], v. 35, p. 101480, ago. 2020. . http://dx.doi.org/10.1016/j.redox.2020.101480 . Classifique esse post #overtraining