Recomposição Corporal: Das Evidências à Prática Clínica de Resultado
Brunno Falcão
3 min
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20 de jul. de 2024
A recomposição corporal é um processo desafiador que visa não apenas a alteração do peso na balança, mas também a redução de gordura e o aumento de massa magra, promovendo saúde ótima e uma aparência mais definida de forma gradual e sustentável. Estado Inicial do Indivíduo e Recomposição Corporal A ciência indica que a combinação de treinamento resistido e aeróbico, juntamente com uma dieta hipercalórica moderada e rica em proteínas , é fundamental para alcançar esses objetivos. Estudos demonstram que iniciantes e pessoas com alto percentual de gordura respondem melhor a essas intervenções, enquanto indivíduos treinados podem ganhar massa magra e perder gordura de maneira eficiente, especialmente com foco no treinamento resistido. No entanto, a recomposição corporal também foi observada em adolescentes, idosos, indivíduos sedentários de ambos os sexos e desportistas de diversas modalidades, incluindo fisiculturistas. Em mulheres idosas ou pós-menopausa, apesar de inicialmente consideradas menos responsivas, uma dieta hipocalórica moderada e rica em proteínas pode potencializar os resultados , com recomendações variando de 1,4 a 3,4g de proteína/Kg/dia, dependendo do estudo. Essas descobertas destacam a importância do estado inicial do indivíduo, das estratégias de exercício e da composição corporal basal na eficácia da recomposição corporal, além de considerar fatores como sono, hormônios e metabolismo, que podem influenciar significativamente essas adaptações. Sono Os resultados da recomposição corporal podem ser significativamente afetados por um sono inadequado , tanto em quantidade quanto em qualidade. Dito isso, o sono insuficiente pode promover alterações nos níveis de cortisol e testosterona, favorecer a resistência à insulina, aumentar os níveis de grelina (hormônio da fome) e reduzir os níveis de leptina (hormônio da saciedade), além de prejudicar a recuperação muscular e dificultar a perda de gordura. Com o intuito de mitigar esses efeitos negativos, é interessante abordar nutricionalmente o sono, incluindo nutrientes como triptofano, magnésio, melatonina e fitina , e orientar sobre práticas de relaxamento e higiene do sono para criar um ambiente favorável à recomposição corporal. Suplementação Além disso, a suplementação pode desempenhar um papel fundamental na promoção da recomposição corporal de forma natural. Suplementos como cafeína, creatina, beta-alanina e nitrato são conhecidos por melhorar a performance esportiva , enquanto suplementos proteicos podem complementar o aporte de proteínas na dieta, ajudando a alcançar os objetivos de composição corporal. É importante reconhecer que o processo de recomposição corporal é contínuo e pode apresentar desafios, influenciados por diversos fatores como trabalho, família, estado emocional e rotina. O papel do nutricionista é essencial para oferecer suporte contínuo, acolhendo o paciente e incentivando-o a não desistir de seus objetivos. Prática Clínica Em resumo, em um mundo onde a ansiedade é cada vez mais prevalente, os nutricionistas devem atuar como profissionais de saúde, não exacerbando problemas emocionais relacionados à imagem corporal, mas sim promovendo um ambiente positivo e incentivando hábitos de vida saudáveis que contribuam para o bem-estar geral dos pacientes. Continue Estudando… Sugestão de estudo : O Impacto da Nutrição e Treinamento na Composição Corporal de Jogadores de Futebol Sugestão de estudo : Ioimbina e composição corporal Sugestão de estudo : Impacto da Ingestão de Massas na Composição Corporal Referências Bibliográficas RIBEIRO, Alex S.; PEREIRA, Luiz C.; SCHOENFELD, Brad J.; NUNES, João Pedro; KASSIANO, Witalo; NABUCO, Hellen C. G.; SUGIHARA JUNIOR, Paulo; FERNANDES, Rodrigo R.; ANTUNES, Melissa; AGUIAR, Andreo F.. Moderate and Higher Protein Intakes Promote Superior Body Recomposition in Older Women Performing Resistance Training. Medicine & Science In Sports & Exercise , [S.L.], v. 54, n. 5, p. 807-813, 12 jan. 2022. Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health).