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  • Foto do escritorKcal da Science Play

Você sabe como a atividade física influencia o comportamento alimentar?

A manutenção de hábitos alimentares saudáveis não é uma tarefa fácil hoje em dia, existe um amplo acesso a alimentos altamente calóricos e altamente palatáveis no dia a dia. Isso combinado com baixos níveis de atividade física leva a um maior risco de problemas de saúde, como risco maior de mortalidade por doenças crónicas como a diabetes tipo II, hipertensão e obesidade, além de potencializar o envelhecimento fisiológico. Desse modo, a atividade física influencia o comportamento alimentar.

A resposta dos indivíduos expostos a um ambiente adipogênico varia, porque nem todos os indivíduos se tornam obesos quando expostos a ele. Alguns indivíduos podem estar geneticamente predispostos a tornar-se obesos porque possuem a massa gorda e a proteína associada à obesidade (ou seja, o gene FTO), o que aumenta o apetite. No entanto, em indivíduos mais ativos, o efeito deste gene tem sido invertido, já que a atividade física pode compensar a predisposição genética. 

Ainda assim, essa tendência da população indica que a ingestão de energia excede cronicamente a necessidade diária. Embora os benefícios de uma dieta equilibrada sejam óbvios, muitas pessoas não aderem a estas recomendações, e apenas às intervenções dietéticas podem não ser suficientes para mudar os comportamentos alimentares.



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Teorias sobre o comportamento humano

Os modelos teóricos sobre mudança de comportamento podem ajudar a criar estratégias eficientes para promover comportamentos saudáveis, tais como uma dieta equilibrada. Conheça as principais teorias:

  1. A teoria da autodeterminação afirma que essa motivação é oriunda de fatores internos, ou seja, provenientes da identificação do indivíduo. Por isso, têm um sentido de escolha, interesse e satisfação e, como resultado, tendem a persistir no comportamento a longo prazo.

  2. A motivação não autodeterminada pressupõe que o desempenho do comportamento é imposto por fatores externos e por isso, os indivíduos sentem uma sensação de obrigação e pressão e tendem a aderir à conduta apenas enquanto o fator externo está presente. Essa ação é susceptível de ser abandonada se o estímulo é removido. 

A regulação autodeterminada dos hábitos alimentares leva a melhores tipos de comportamento alimentar. Assim, uma alimentação menos influenciada por fatores externos, emocionais e com atitudes menos restritivas. Em contrapartida, os indivíduos com regulação não autodeterminada têm hábitos alimentares mais prejudiciais, isto é, externa (por exemplo, comportamento alimentar controlado por outros significativos) e interna (por exemplo, percepção de uma má imagem corporal) influenciando em uma alimentação emocional e um comportamento restritivo.

E como a atividade física influencia o comportamento alimentar?

Os indivíduos que se dedicam à atividade física têm uma regulação mais autodeterminada dos seus hábitos alimentares, conquistando um maior controle sobre o seu comportamento alimentar.

É importante comentar que outros estudos mostraram que um aumento na prática do exercício pode levar uma pessoa a acreditar que não precisa de ser tão cuidadosa com alimentação, já que um hábito compensa o outro. Isto é descrito pelo Modelo Compensatório de Crenças na Saúde, que afirma que os impactos negativos podem ser compensados por um comportamento benéfico. 

E de fato, um maior nível de atividade física pode levar a que um indivíduo tenha comportamentos alimentares menos restritivos, mas isto não é necessariamente sinónimo de ter uma dieta mais equilibrada como resultado de um maior nível de atividade física. É crucial notar que vários elementos e processos influenciam o comportamento e escolha alimentar, sendo a atividade física apenas uma das influências a considerar nestas interacções, com outros talvez sobrepostos.

Prática clínica

A prática de atividade física está associada a um comportamento alimentar autodeterminado, o qual diminui as chances de dietas restritivas, compulsão alimentar e fatores externos associados à alimentação. Da mesma forma, a falta de atividade física pode levar a uma maior adesão à dieta restritiva, que está ligada à sobrealimentação e ao aumento de peso. A restrição alimentar é frequentemente associada a uma propensão para comer em excesso, comer emocional, e alimentação externa.  Além disso, o risco de recuperar o peso pode ser minimizado através do aumento da atividade física, o que não só aumenta o gasto calórico, mas também reduz os sentimentos de tensão e melhora o bem-estar emocional, contribui para o emagrecimento a longo prazo.

Referências bibliográficas 

Assista o vídeo na Science Play com Leonardo Matta: Obesidade e Exercício Físico

Artigo: Fernandes V, Rodrigues F, Jacinto M, Teixeira D, Cid L, Antunes R, Matos R, Reigal R, Hernández-Mendo A, Morales-Sánchez V, Monteiro D. How Does the Level of Physical Activity Influence Eating Behavior? A Self-Determination Theory Approach. Life. 2023; 13(2):298. https://doi.org/10.3390/life13020298

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