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O Manejo Dietético para o Combate da SOP

Brunno Falcão

4 min

16 de mai. de 2024

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um dos distúrbios do sistema endócrino mais comuns em mulheres jovens, estando relacionada a desregulação hormonal, metabólica e reprodutiva. Nesse sentido, a SOP é caracterizada pela menstruação irregular, ovários policísticos e hiperandrogenismo, resultando o aumento da resistência à insulina e obesidade . Assim, embora a verdadeira causa dessa síndrome ainda seja desconhecida, a falta de tratamento pode estar relacionada ao maior risco da paciente desenvolver diabetes tipo 2, dislipidemia, doenças cardiovasculares e câncer de mama e endometrial. Portanto, cria-se a necessidade da aplicação de um manejo dietético para o combate da SOP, promovendo a manutenção da saúde.   O Controle do Peso na SOP Como citado anteriormente, os estudos demonstram que existe uma ligação entre a SOP e a obesidade, sendo vista em aproximadamente 40 a 60% dos casos. Nesse cenário, além de promover o aumento da incidência de doenças crônicas, essa comorbidade contribui para o agravamento da SOP. Logo, estratégias de redução de ingestão calórica (500 a 1000 kcal por dia) apresentam efeitos positivos, entretanto, essa conduta deve ser acompanhada de terapia comportamental e psicológica, visto que são encontradas desordens na regulação do apetite nessa população. Por fim, devemos levar em consideração que dietas restritas, como a low-carb , não apresentam efeitos significantes na perda de peso a longo prazo, logo, devemos priorizar uma alimentação balanceada. Promovendo a Melhora Metabólica Ao mesmo passo que a restrição calórica promove a perda de peso, essa ação também melhora os distúrbios metabólicos e reprodutivos, sendo considerada um bom manejo dietético para o combate da SOP. Além disso, deve-se basear em boas fontes alimentares, buscando produtos como frutas, vegetais e grãos inteiros, fornecendo principalmente alimentos de baixo índice glicêmico e com alto teor de fibras, estando relacionado a melhora do perfil insulínico e redução de doenças cardiovasculares. Além do mais, a prática alimentar próxima a dieta mediterrânea, evidencia melhorar a sensibilidade à insulina e redução da síndrome metabólica, graças também a redução do consumo de gorduras saturadas e trans. Por fim, em relação a esses macronutrientes, podemos lembrar também da importância do consumo de ômega-3, beneficiando diversas vias, como o controle inflamatório, controle da inflamação crônica, do perfil lipídico e da função endotelial. A Relação entre Vitamina A e SOP A relação entre a vitamina A e a síndrome dos ovários policísticos é um campo de estudo emergente, dado o papel crucial da vitamina A em diversos processos biológicos. Essa vitamina é essencial para a regulação do crescimento celular, a visão, a função imunológica e a reprodução. Deficiências ou desequilíbrios na vitamina A podem impactar negativamente esses processos, potencialmente exacerbando os sintomas da SOP. Ademias, os tstudos têm sugerido que a vitamina A pode influenciar a função ovariana e a regulação hormonal, áreas que são frequentemente disfuncionais em pacientes com SOP.   Além disso, a vitamina A possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que podem ser benéficas para mulheres com SOP, que frequentemente apresentam inflamação crônica e estresse oxidativo. Ao ajudar a regular os níveis de inflamação e proteger contra danos celulares, a vitamina A pode contribuir para a melhoria dos distúrbios metabólicos e reprodutivos associados à SOP. Assim, a adequação dos níveis de vitamina A, seja por meio da dieta ou suplementação, pode ser uma estratégia útil no manejo da SOP, auxiliando na modulação hormonal e na melhora da saúde metabólica dessas pacientes.    Minerais vs.  SOP Já em relação aos micronutrientes, a literatura demonstra a necessidade de dar atenção à deficiência de alguns minerais. Dentre esses, podemos citar o magnésio que foi encontrado a carência em mulheres com resistência à insulina, sendo necessário a reposição. Da mesma forma, a redução dos níveis de cromo pode prejudicar esse metabolismo e, por outro lado, a reposição desse mineral se relaciona com a redução do hirsutismo e no alívio dos sintomas da SOP.   A Ingestão de Cafeína na SOP O consumo de cafeína é um fator preocupante para mulheres diagnosticadas com SOP, afetando a ovulação e a função do corpo lúteo por meio da alteração dos níveis hormonais. Nesse cenário, os estudos confirmam que a maior ingestão desse composto aumenta o risco de infertilidade. Portanto, doses elevadas de cafeína devem ser evitadas em mulheres com SOP. Prática Clínica O manejo dietético da síndrome dos ovários policísticos (SOP) deve ser multifacetado, abordando tanto a redução de peso quanto a melhora dos distúrbios metabólicos e reprodutivos associados. Portanto, é essencial implementar estratégias de redução calórica, acompanhadas de terapia comportamental e psicológica para lidar com desordens na regulação do apetite. A adoção de uma alimentação balanceada, rica em frutas, vegetais, grãos inteiros e alimentos de baixo índice glicêmico, é fundamental para melhorar o perfil insulínico e reduzir o risco de doenças cardiovasculares. A dieta mediterrânea, com redução de gorduras saturadas e trans, e o consumo de ômega-3, também são recomendados para melhorar a sensibilidade à insulina e controlar a inflamação crônica. Além disso, a atenção à reposição de micronutrientes, como magnésio e cromo, e a moderação na ingestão de cafeína são cruciais para o alívio dos sintomas da SOP e a promoção da saúde reprodutiva. Continue Estudando... Sugestão de estudo: Manejo para Emagrecimento na SOP com Fitoterápico Sugestão de estudo: Qual a Melhor Dieta Para Mulheres com SOP? Sugestão de estudo: Como os probióticos podem ajudar na SOP? Referências Bibliográficas FAGHFOORI, Zeinab; FAZELIAN, Siavash; SHADNOUSH, Mahdi; GOODARZI, Reza. Nutritional management in women with polycystic ovary syndrome: a review study. Diabetes & Metabolic Syndrome : Clinical Research & Reviews, [S.L.], v. 11, p. 429-432, nov. 2017. Elsevier BV.