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  • Foto do escritorKcal da Science Play

Obesidade, Clínica x Esportiva: O que Aprender na Inflamação, Desempenho e Recuperação

Dentro do contexto da obesidade, é crucial considerar as alterações nos ciclos celulares, como as citocinas, que contribuem para a resistência à insulina e a inflamação crônica subclínica. Isso explica em grande parte como a obesidade afeta diversos tecidos do corpo humano, aumentando o risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e câncer, além de outras condições como apneia obstrutiva do sono e infertilidade. O papel do profissional de saúde não se limita apenas à perda de peso, mas também envolve entender a composição corporal e a cascata inflamatória, assim como os mediadores bioquímicos envolvidos.


Pacientes com obesidade frequentemente apresentam alterações celulares relacionadas ao envelhecimento, como o fenótipo de senescência, muitas vezes atribuído a dietas ricas em alimentos processados. No contexto da obesidade, é essencial compreender as alterações nas musculaturas, tecido adiposo e hepático, incluindo aumento da ativação macrocitária no tecido muscular, aumento do estresse oxidativo, lipólise e recrutamento de macrófagos. A esteatose hepática, em muitos casos, pode ser controlada e tratada com uma abordagem nutricional adequada.


Pacientes obesos frequentemente sofrem de comprometimento de vários tecidos devido à presença de adipócitos não saudáveis, que contribuem para o estresse oxidativo e disfunção mitocondrial. Isso explica a alta prevalência de condições como doenças cardíacas e câncer em pacientes obesos.


Exercício Físico


O exercício físico é um recurso terapêutico essencial, agindo como um remédio para indivíduos obesos, que frequentemente apresentam menor tolerância oxidativa e capacidade de defesa reduzida. Estar fisicamente ativo aumenta o potencial de saúde do obeso, independentemente do peso, e pacientes desmotivados devem ser incentivados a realizar exercícios regulares devido aos inúmeros benefícios. Um indivíduo treinado possui melhor capacidade de tolerância, especialmente no tecido muscular, e o descanso adequado é fundamental para compensar a resposta inflamatória e melhorar o desempenho.


A ciência busca explicar o papel do exercício físico como um recurso terapêutico, e estudos sugerem que a combinação de exercícios de endurance e resistidos pode ter benefícios significativos na resposta inflamatória, reduzindo as citocinas pró-inflamatórias. Pacientes fisicamente ativos conseguem impactar positivamente seus biomarcadores, o que pode servir como uma ferramenta motivacional.


No entanto, é importante reconhecer que buscar o pico de desempenho pode levar à descompensação em atletas de alto rendimento, e o sono desempenha um papel fundamental na recuperação e no controle da inflamação. Avaliar a qualidade alimentar e individualizar a dieta é crucial, pois diferentes alimentos podem ter impactos variados em cada pessoa, levando em consideração fatores como nível de atividade física, balanço energético e momento da ingestão.


Prática Clínica


É essencial compreender o estágio em que o paciente se encontra e incentivar a prática regular de exercícios, lembrando que o exercício é um remédio, o músculo é um patrimônio, a ingestão proteica é fundamental e o sono é crucial para a recuperação e o crescimento. A abordagem individualizada e a caminhada ao lado do paciente são fundamentais para alcançar resultados positivos e duradouros.


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Referências Bibliográficas


Gonzalo-Encabo P, Maldonado G, Valadés D, Ferragut C, Pérez-López A. The Role of Exercise Training on Low-Grade Systemic Inflammation in Adults with Overweight and Obesity: A Systematic Review. Int J Environ Res Public Health. 2021 Dec 16;18(24):13258. doi: 10.3390/ijerph182413258. PMID: 34948868; PMCID: PMC8703787

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